• Poder

    Tuesday, 30-Apr-2024 23:16:47 -03

    o impeachment

    Temer orienta PMDB a impugnar filiações que reconduzam Picciani

    GUSTAVO URIBE
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    10/12/2015 21h11

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 02-10-2015, 12h00: O líder do PMDB na câmara dep. Leonardo Picciani (RJ). A presidente Dilma Rousseff, ao lado do vice presidente Michel Temer, durante declaração e anúncio da reforma ministerial e administrativa, no Palácio do Planalto. A maioria dos ministros, inclusive os novos, participaram da cerimônia. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ex-líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, que é aliado ao Palácio do Planalto

    Em movimento articulado pelo vice-presidente Michel Temer, a Executiva Nacional do PMDB pretende impugnar a filiação de deputados federais que tenha como propósito fortalecer a tentativa de recondução de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança da legenda na Câmara dos Deputados.

    A medida foi definida nesta quinta-feira (10) entre integrantes da cúpula nacional do partido que, incomodados com o assédio do Palácio do Planalto a parlamentares de outras legendas, decidiram blindar a bancada federal e o novo líder do partido, Leonardo Quintão (MG), que conta com o apoio do vice-presidente.

    O comando da sigla avalia ainda estabelecer regra para que as novas filiações tenham de passar obrigatoriamente pela análise da Executiva Nacional do PMDB, o que dará ao vice-presidente maior controle sobre o processo.

    Em conversas reservadas, Temer demonstrou irritação com a tentativa da presidente Dilma Rousseff interferir em questão interna da sigla. Na quarta-feira (9), deputados federais relataram ao peemedebista que receberam ligações de ministros do partido, como Kátia Abreu (Agricultura) e Marcelo Castro (Saúde).

    No mesmo dia, em reunião com a petista, Temer aconselhou Dilma que não se envolva na sucessão da bancada peemedebista e avaliou que o movimento pode agravar a atual crise entre PT e PMDB. Segundo ele, o assédio pode inclusive acelerar o processo de rompimento do partido com o governo federal.

    Apesar do alerta de Temer, deputados e líderes do PMDB já iniciaram articulação para antecipar de março para janeiro convenção nacional do partido para decidir sobre a saída da sigla da Esplanada dos Ministérios.

    Eles mobilizam diretórios estaduais a ingressarem na semana que vem com pedido na Executiva Nacional do PMDB solicitando o adiantamento do encontro nacional.

    Pelos cálculos deles, 15 estariam dispostos a solicitar formalmente à direção da legenda a convocação da convenção nacional em caráter extraordinário, entre eles do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

    Para antecipá-la, o regimento interno do partido prevê dois dispositivos: a convocação extraordinária pela Executiva Nacional do PMDB ou por pelo menos um terço dos diretórios estaduais do partido, ou seja, a partir de nove.

    "A relação com o governo federal está em ebulição e obviamente o partido deve e vai discutir se continua ou não com o governo federal. Há movimento para convocação de convenção extraordinária. Ela está prevista para março, mas pode ser antecipada", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que apoia o movimento.

    CONTRAOFENSIVA

    Para tentar retornar ao posto, Picciani negocia a filiação dos deputados federais Altineu Côrtes e João Neto, ambos do PR, e o retorno ao PMDB de Carlos Henrique Gaguim, que mudou recentemente para o PMB.

    Nesse esforço, o Palácio do Planalto pediu para que o ministro Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) negocie com o PR para que a sigla não peça à Justiça Eleitoral o mandato deles por infidelidade partidária.

    Em conversas com aliados, Picciani afirmou nesta quinta-feira (10) que, caso consiga filiar os deputados federais, conseguirá obter o apoio de mais da metade da bancada federal e, assim, reconquistar o posto de líder.

    O peemedebista pretende protocolar ainda neste ano na Câmara dos Deputados abaixo-assinado com a assinatura de pelo menos 35 dos 66 integrantes do partido.

    Em uma retaliação a Temer, o Planalto não convidou nesta quinta-feira (10) o novo líder do partido, Leonardo Quintão (PMDB-MG), para participar da reuniões com os líderes da base aliada.

    O peemedebista é relator do novo código de mineração, apesar de ter sido financiado nas últimas eleições por empresas ligadas ao setor. Ele também tem como irmão Rodrigo Lemos Barros Quintão, sócio-administrador da empresa Minero-Metalurgia Sabinopolis LTDa.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024