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    o impeachment

    Operação de guerra garante Pixuleko e Bandilma no ato

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    DE SÃO PAULO

    14/12/2015 02h00

    O Pixuleko, boneco inflável que se transformou em ícone dos protestos pelo impeachment, passou a noite sozinho na rua Bela Cintra, nos Jardins, dentro do porta malas amassado de um Voyage azul marinho.

    Não tinha segurança de guarda, apesar de já ter sofrido diversos "atentados". No último, no fim de outubro, foi atacado com estiletes e chave de fenda e teve de ficar dez dias sendo remendado.

    "Eu já fui ameaçada de morte mais de 20 vezes e nunca me aconteceu nada. Mas o pessoal anda com escolta armada pra transportar os bonecos, acho um exagero", disse Carla Zambelli, 35, líder do Nas Ruas. Foi ela que buscou Pixuleko no aeroporto de Guarulhos sábado (12). O boneco veio de Maceió, onde passou por reparos.

    Já Marcello Reis, do Revoltados Online, trouxe de Brasília a Bandilma, que representa a presidente Dilma.

    Foi uma operação de guerra, como ele mesmo descreveu. Reis saiu de Brasília e foi para Goiânia, trocou de carro para não ser seguido e de lá veio acompanhado por um veículo de escolta. "Mantemos sigilo absoluto sobre a localização e o transporte dos bonecos", disse Reis.

    Segundo Ricardo Honorato, porta-voz do Movimento Brasil, que é dono do Pixuleko, todo cuidado é pouco. "Meu telefone é grampeado e o da Carla também; se os petistas descobrem o itinerário dos bonecos, eles aparecem para atacar", disse. "Nossa boneca da Dilma, a Pinóquia, sofreu emboscada anteontem em Brasília, atacaram com arminhas de brinquedo, que podem até matar."

    O Pixuleko, boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário, mede 15 metros e pesa 500 quilos quando inflado (100 kq vazio).

    Custou R$ 12 mil. O nome se refere ao termo supostamente usado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari, para cobrar propinas em negócios envolvendo a Petrobras. Já a Bandilma mede 13 metros e pesa 42 kg vazia.

    Para ficar de pé, os bonecos precisam de três motores (um reserva), um gerador e uma extensão. Eles chegaram à av. Paulista às 11h15. Levar a parafernália não foi fácil.

    O primeiro percalço foi tirar o Pixuleko do porta-mala do Voyage. Foram necessários três homens e muito suor para arrancar o boneco de lá.

    Os dois sacos com os bonecos foram colocados no meio da rua. Lá, jazeram, murchos, durante duas horas. Felizmente para eles, não houve nenhum atentado.

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