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    o impeachment

    Manifestantes anti-Dilma têm baixa expectativa em relação a Temer

    RICARDO MENDONÇA
    EDITOR-ADJUNTO DE "PODER"

    14/12/2015 12h00 - Atualizado às 19h14 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Os manifestantes que foram à av. Paulista no domingo (13) pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff não têm expectativas muito otimistas em relação a um eventual governo Michel Temer, o vice da petista.

    Pesquisa Dataftolha durante a manifestação mostra que só 19% imaginam que o peemedebista faria um governo bom ou ótimo. Para um grupo maior, quase um terço (28%), Temer seria um governante ruim ou péssimo. E 47% entendem que seria regular.

    Como a desaprovação a Dilma neste universo é quase unânime –98% de ruim ou péssima–, Temer tem ao menos um consolo. De cada dez manifestantes, sete (72%) acham que seria melhor ter ele no lugar dela no Planalto.

    CASO TEMER ASSUMA A PRESIDÊNCIA, SEU GOVERNO SERÁ: - Em %

    NA COMPARAÇÃO COM O DE DILMA, UM EVENTUAL GOVERNO DE MICHEL TEMER SERIA - Em %

    O Datafolha contou 40,3 mil manifestantes na Paulista, menos de um terço do ato anti-Dilma de 16 de agosto.

    Como nos três eventos anteriores contra a presidente no local, 58% dos presentes eram homens. A idade média desse público vem aumentado. Era de 39,6 anos em 15 de março, subiu para 45,2 em 12 de abril, 45,3 em agosto, chegou a 48,2 no domingo.

    O grupo mais numeroso era o de assalariados registrados (30%), seguido de empresários (15%), autônomos e aposentados (13% cada).

    O perfil de renda destoa do da população paulistana. Na cidade, 27% têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos; no ato, 44%.

    Descompasso parecido ocorre com a escolaridade e a cor da pele. Na cidade, 28% têm ensino superior; na manifestação, 81%. No capital, os brancos são 48%; no protesto, 80%. Com os que se declaram pretos, ocorre o oposto: 14% na população, só 2% no protesto anti-Dilma.

    O Datafolha perguntou em quem os manifestantes haviam votado no segundo turno da eleição presidencial. Só 3% citaram Dilma. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi mencionado por 84%.

    O dado combina com a liderança do PSDB como partido preferido dos presentes, com 30% de citações. O recém-criado Novo, de viés liberal, ficou com 5%. DEM, PMDB, PSOL e PV foram mencionados por 1% cada. A maioria (55%) não tem preferência.

    É grande o contingente de manifestantes que acredita no afastamento de Dilma (78%). Assim como os que entendem que ela deveria renunciar à Presidência (87%).

    AVALIAÇÃO DA PRESIDENTE DILMA - Em %

    EM QUEM VOTOU NA ÚLTIMA ELEIÇÃO - Em %

    OPINIÃO SOBRE O AFASTAMENTO DE DILMA - Em %

    E embora Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenha tido papel importante nesse contexto –foi ele que aceitou o pedido de impeachment–, o presidente da Câmara não é bem visto pelos adeptos do "Fora, Dilma": 91% torcem pela cassação do peemedebista.

    Nisso, o contraste com o ato de agosto é notável. Naquela ocasião, o Datafolha não perguntou sobre a cassação de Cunha, pois essa possibilidade ainda não estava fortemente colocada. Mas investigou opiniões sobre o trabalho de Cunha. Para 25%, era ótimo ou bom. Para outros 25%, regular. A desaprovação era de 43%.

    OPINIÃO SOBRE A CASSAÇÃO DE EDUARDO CUNHA - Em %

    Assalariado registrado era o maior grupo no protesto de domingo (13) - Em %

    RENDA FAMILIAR, em R$ - Total, em %

    A mudança de humor em relação a Cunha combina com um prognóstico que o próprio deputado teria feito a oposicionistas em agosto, antes de aceitar o pedido de impeachment: "Se derrubo Dilma agora, no dia seguinte vocês me derrubam", teria dito.

    Cunha é acusado por delatores da Lava Jato de receber US$ 5 milhões de propina do petrolão e de usar requerimentos da Câmara para chantagear uma empresa. É suspeito de ter recebido outros R$ 45 milhões de propina de um banco, de manter contas secretas na Suíça, de mentir numa CPI, de ameaçar rivais e de fazer manobras para protelar os trabalhos do Conselho de Ética da Câmara que analisa seu caso. Ele nega todas as suspeitas e acusações.

    O Datafolha ouviu 1.351 pessoas na Paulista. A margem de erro é de três pontos.

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