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    o impeachment

    Planalto tenta enfraquecer novo líder do PMDB

    GUSTAVO URIBE
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    15/12/2015 02h00

    Reprodução/Agência Câmara
     Deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), redator do novo Código de Mineração, foi financiado por mineradoras na campanha de 2014
    O deputado Leonardo Quintão (MG), novo líder do PMDB após destituição de aliado do Planalto

    Sem conseguir reverter apoios para que Leonardo Picciani (RJ) retorne à liderança do PMDB na Câmara, o Planalto iniciou movimento para enfraquecer a legitimidade do atual líder, Leonardo Quintão (MG), à frente da bancada do partido.

    Segundo relatos de peemedebistas, ministros da legenda como Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) têm atuado para convencer deputados a retirarem nomes do abaixo-assinado que levou o mineiro ao posto, mesmo que eles não declarem apoio ao carioca.

    A estratégia é torná-los neutros na disputa, diminuindo a base de apoio ao atual líder e, assim, estimulando traições que fortaleçam o retorno de Picciani –ele pretende apresentar até o final desta semana nova lista com assinaturas de mais da metade da bancada do PMDB.

    Na tentativa de enfraquecer Quintão, o governo também tem trabalhado para isolar o novo líder do PMDB. Em oposição a Picciani, que participava de todas as reuniões no Planalto, o mineiro não tem sido chamado para os encontros com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para discutir a pauta da semana na Câmara.

    A avaliação de auxiliares e assessores da presidente é de que, por ter o apoio de setor do partido favorável ao impeachment da petista, Quintão não é "confiável" e inseri-lo nas reuniões semanais seria "entregar a estratégia para o inimigo".

    Aliado da presidente, Picciani foi destituído na semana passada, quando 35 dos 66 deputados federais do PMDB assinaram documento pedindo sua saída do posto. A ação contou com o apoio do vice Michel Temer e foi articulada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    CONVENÇÃO

    A contraofensiva do Planalto, que ameaça retaliar parlamentares do partido com o corte de emendas e cargos, irritou o vice-presidente e estimulou peemedebistas a defenderem a antecipação de março para janeiro da convenção nacional da sigla, que discutirá o rompimento do PMDB com o governo federal.

    Para antecipá-la, o regimento interno do partido prevê dois dispositivos: a convocação extraordinária pela Executiva Nacional do PMDB ou por pelo menos um terço dos diretórios estaduais do partido, ou seja, a partir de nove.

    O grupo favorável ao impeachment diz ter a assinatura de dez diretórios estaduais. Eles pretendem tomar decisão até quarta (16), quando o Supremo Tribunal Federal deve discutir o rito do processo de afastamento de Dilma.

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