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    o impeachment

    Ato contra impeachment reúne 55 mil pessoas em SP, segundo Datafolha

    DE SÃO PAULO

    16/12/2015 21h07

    Três dias após as manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, protestos contrários à destituição da petista ocorreram nesta quarta (16) em ao menos 21 capitais do país mais o DF.

    Segundo o Datafolha, 55 mil pessoas foram aos atos em São Paulo, que partiram da avenida Paulista, em frente ao Masp, e se dirigiram até a praça Roosevelt. No horário de maior movimento do protesto, às 19h, 45,4 mil pessoas estiveram no ato. Ainda segundo a pesquisa, 14,8 mil pessoas ficaram durante todo o tempo do protesto.

    No último domingo (13), 40,3 mil pessoas estiveram na avenida Paulista em defesa do impeachment, número distante do pico de março, quando 200 mil pessoas foram aos protestos contra o governo.

    Embora os atos desta quarta-feira tenham contado com a participação de manifestantes espontâneos, a imensa maioria era ligada a movimentos ou centrais sindicais.

    Essas entidades condicionaram a participação nos protestos à possibilidade de fazer críticas ao ajuste fiscal promovido pelo governo de Dilma.

    Segundo a Folha apurou, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), mais próximos ao PT, eram contrários às críticas ao Planalto durante os atos.

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Sao Paulo,SP,Brasil 16.12.2015 Manifestacao contra o impeachment organizado pela CUT e outros movimentos sociais Foto: Marlene Bergamo/Folhapress COD 0717
    Manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff, na avenida Paulista, em São Paulo

    Outras entidades presentes, no entanto, como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Intersindical (ligada ao PSOL) e Frente Povo Sem Medo -que articula vários grupos-, temiam que os movimentos parecessem "chapa-branca".

    Um dos líderes do MST, Gilmar Mauro afirmou que o ato deve "colocar uma pá de cal" no impeachment e que o próximo passo será cobrar da presidente a discussão das "pautas dos trabalhadores".

    Já o coordenador-geral da Central de Movimentos Sociais, Raimundo Bonfim disse que a reunião é uma oportunidade para Dilma "entender quem é que está com ela".

    CUNHA

    As manifestações também tiveram como alvo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado, que aceitou o pedido de impeachment da presidente, é alvo de dois inquéritos no STF por suspeita de envolvimento com a Lava Jato, além de uma nova apuração que averigua se ele atrapalhou as investigações.

    No Rio, em Brasília e em São Paulo, quando locutores em carros de som anunciaram que a Procuradoria Geral da República pediu o afastamento do presidente da Câmara, os manifestantes gritaram "Ai, ai, ai, empurra o Cunha que ele cai". Junto ao canto, os gritos de "fora, Cunha" e "não vai ter golpe" também foram repetidos nos atos desta quarta.

    Coordenador do MTST, Guilherme Boulos afirmou que "esse impeachment é ilegítimo, é fruto de chantagem de Eduardo Cunha". "É uma saída à direita para a crise", disse ele, que também disparou contra o vice-presidente, Michel Temer. "Quer escrever carta, vai trabalhar nos Correios", atacou, em referência à carta enviada por Temer a Dilma no último dia 7.

    Em cidades como Salvador e Porto Alegre, manifestantes usaram máscaras de Cunha e levaram cédulas falsas de dinheiro durante o protesto. Já no Recife, além do presidente da Câmara, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) também foi alvo dos manifestantes. Possível sucessor de Cunha, o ex-governador de Pernambuco é visto como aliado da oposição a Dilma.

    LULA

    Lula, que estava em Brasília, não foi às manifestações. Segundo Paulo Vannuchi, ministro de Direitos Humanos na gestão do ex-presidente, ele não compareceu porque "tem muita gente aqui que é contra a presidente e que não gosta do PT."

    Seguindo uma sugestão de Lula, o comando do partido mandou um representante ao ato em São Paulo, mas não teve participação expressiva para evitar disputas com os movimentos sociais. O presidente estadual do PT, Emídio de Souza, representou a legenda. Ele reconheceu que havia "militantes que não apoiam Dilma, mas que são contra o golpe".

    Mapa dos protestos anti-impeachment

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