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    o impeachment

    Por mais que Temer quisesse ser coronel, ele não conseguiria, diz Renan

    MARIANA HAUBERT
    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    17/12/2015 14h13

    Pedro Ladeira - 11.mar.15/Folhapress
    O vice-presidente Michel Temer (à dir.) o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em março
    O vice-presidente Michel Temer (à dir.) o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em março

    Com a reviravolta na definição da liderança do PMDB na Câmara e a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à função, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a criticar o vice-presidente da República, Michel Temer.

    Renan afirmou que, "por mais que Michel quisesse ser coronel, ele não conseguiria".

    A fala faz referência a uma nota assinada pela direção do PMDB (presidido por Temer) e publicada nesta quarta (16) em que o texto rebate as críticas feitas por Renan, anteriormente, ao vice-presidente. A nota diz que o "partido não tem dono, mas também não tem "coronéis".

    Renan criticou nesta quarta a decisão da Executiva nacional da sigla de barrar filiações temporárias para frear articulação alimentada pelo Planalto para favorecer o retorno de Picciani (à liderança da legenda.

    "Essa decisão da bancada [o retorno de Picciani] é uma demonstração que, por mais que o Michel quisesse ser coronel, ele não conseguiria. Tem que decidir sobre a vontade das pessoas, não basta distribuir cargo para isso", disse Renan, em alusão à crítica que já havia feito de que, quando Temer assumiu a coordenação política do governo, atuou mais como um gestor de "RH".

    "Não posso entender um movimento de um presidente de um partido objetivando claramente a divisão do partido", completou.

    Apesar da troca de acusações pública, o senador afirmou que suas diferenças com Temer não são pessoais mas sim, no plano político. "Acho que ele errou muito quando assumiu a posição de coordenador do partido e rebaixou o partido ao distribuir cargos", afirmou. "O PMDB sempre foi um partido aberto, democrático, sem dono e sem coronel", completou.

    Para Renan, quando Temer assumiu a vice-presidência da República, ele acabou repetindo "o PT no que o PT tinha de pior". "O presidente [do partido] tem que trabalhar sempre para aproximar as correntes. Mas o Michel, infelizmente, trocou os sinais. Quando o PMDB foi para o governo, ele repetiu o PT no que o PT tinha de pior. Tem que repetir o PT nas virtudes do PT", afirmou.

    TRÉPLICA

    Após ter sido demovido por colegas da ideia de escrever uma tréplica a Temer ainda nesta quarta, com provocações pessoais, Renan respondeu nesta quinta após ter sido perguntado sobre o episódio que "se nós formos responder cartas de Temer eu vou gastar minhas energias nisso".

    De acordo com senadores, Renan contou que pensava escrever uma nota chamando Temer de "mordomo de filme de terror" e dizendo que o vice havia trocado de emprego, tendo virado carteiro.

    A expressão foi cunhada em 1999 por Antonio Carlos Magalhães, que, em um embate com o hoje vice-presidente, disse que ele não o impressionava com "sua pose de mordomo de filme de terror".

    Diante do acirramento da briga e do tom considerado despropositado da resposta, senadores convenceram Renan de que seria uma má ideia divulgar um nota com ataques tão pessoais. O peemedebista, então, foi convencido a desistir.

    A briga entre os dois peemedebistas é vista como um rompimento político entre os grupos comandados por cada um dentro do partido.

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