• Poder

    Saturday, 18-May-2024 13:32:22 -03

    Lava Jato

    Ministro Ribeiro Dantas deixa a relatoria do casos da Lava Jato no STJ

    GABRIEL MASCARENHAS
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    17/12/2015 16h34

    Geraldo Magela/Agência Senado
    Senado Federal. CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza sabatina do juiz federal Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, indicado para compor o Superior Tribunal de Justiça. Logo depois, reunião deliberativa com 30 itens. Entre eles, o PLS 330/2015, que sugere a permissão de investimento estrangeiro na aviação civil, a PEC 18/2015, que institui novo critério para ordem de suplência de senador, e o PLS 502/2011, que estabelece a obrigatoriedade da divulgação de dados das pessoas jurídicas integrantes da administração indireta. À mesa, indicado para compor o Superior Tribunal de Justiça, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
    O juiz Marcelo Navarro Ribeiro Dantas durante sabatina em comissão do Senado

    O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas deixou a relatoria dos casos relacionados à Operação Lava Jato que tramitam na Corte.

    O relator desses processos passará a ser o ministro Felix Fischer, de acordo com o Tribunal. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, durante a sessão da Quinta Turma, que é presidida por Fischer e tem Ribeiro Dantas como integrantes.

    Ribeiro Dantas pediu a palavra para explicar que não estava desistindo da função, apenas respeitando uma interpretação do Regimento Interno do STJ.

    "Já saíram notícias de que eu estaria desistindo, como se juiz pudesse desistir. Temos que julgar os que nos são distribuídos. Não há nenhum interesse da minha parte em ficar com os processos nem de vossa excelência de querer ou deixar de querer assumir os processos", afirmou Ribeiro Dantas, dirigindo-se a Fischer.

    Pela regra, quando o parecer do relator é vencido pelos votos dos demais integrantes do colegiado, a relatoria passa ao ministro que deu o primeiro voto divergente.

    O artigo do regimento citado na sessão, porém, não especifica quantas derrotas do relator são suficientes para a substituição.

    Desde que chegou ao STJ, Ribeiro Dantas ocupou a relatoria em 18 casos da Lava Jato e saiu derrotado em boa parte deles.

    Ao final da reunião da Turma, a assessoria de imprensa da Corte enviou uma nota oficial em que o agora ex-relator da Lava Jato diz não estar a serviço de ninguém.

    "Pelo menos vai ficar claro que eu não tinha nem tenho interesse nenhum em "ficar com o processo" porque, ao contrário do que apregoaram, não estou "a serviço" de ninguém nem cumprindo "missão" nenhuma", informa Ribeiro Dantas, no comunicado.

    Procurada pela Folha, a assessoria informou que a mudança se deu por uma opção do ministro, amparada pelo Regimento. Acrescentou que a regra interna não estabelece a obrigatoriedade de mudança do relator, mas permite a ele entregar o posto quando for voto vencido.

    ISOLAMENTO

    Nas últimas semanas, Ribeiro Dantas acabou isolado na Turma. Em mais de uma ocasião, ele foi vencido ao se posicionar favorável à concessão de habeas corpus para executivos presos na operação.

    Ele deu parecer pela libertação de investigados que estão presos por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que conduz o caso na Primeira Instância.

    O posicionamento do ministro deu origem a críticas entre a opinião pública. Colegas do Judiciário, porém, manifestaram apoio a Ribeiro Dantas, que agora sai do posto de protagonista do caso no STJ.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024