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    Com decisão do STF, PT diz que jogo está zerado, e oposição faz críticas

    RANIER BRAGON
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    17/12/2015 20h20

    Governistas comemoraram nesta quinta-feira (17) a decisão do Supremo Tribunal Federal e disseram que jogo agora está zerado. A oposição disse respeitar a decisão da corte, mas afirmou ver incongruências e enfraquecimento do instituto do impeachment.

    "O [Luiz Edson] Fachin nos deu um susto com o seu voto, porque a gente o via como um cara equilibrado e estudioso. Essa decisão da maioria do tribunal restabelece o equilíbrio, o jogo agora terá que ser refeito, foi zerado", afirmou o líder da bancada do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).

    Ele voltou a cobrar celeridade no processo, mas reconheceu que agora o rito só deve deslanchar após o Carnaval. "Essa história do impeachment foi uma história de mau gosto do Eduardo Cunha e do PSDB. E como novela que começou mal, tem que terminar logo".

    Pela manhã, o presidente da Câmara dava como certa uma vitória no STF e já havia se articulado com aliados para completar a eleição da comissão do impeachment na terça-feira (22), último dia antes do recesso parlamentar.

    Com a derrota, porém, a nova votação deverá ser feita só em 2016. As férias de deputados e senadores vão até 1º de fevereiro. Dias depois já ocorre o Carnaval.

    Oposicionistas fizeram críticas. "Em primeiro lugar, eu respeito a decisão da corte, ela sempre tem que ser acatada agradando-nos ou não. Mas algumas situações são claramente inibidoras do processo de impeachment", disse o líder da bancada do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

    Ele aponta, entre outras coisas, a rejeição de uma chapa concorrente para a comissão do impeachment mesmo com a legislação estabelecendo que essa comissão tem que ser eleita. "Eleição sem disputa é uma mera homologação."

    O líder da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), também fez críticas: segundo ele, o peso dado ao Senado na tramitação do impeachment indica que o STF resolveu dar mais importância a uma Casa em detrimento da outra. Ele também lembra que o Congresso faz votações secretas em outros casos de eleição, situação que conflita com o entendimento adotado nesta quinta pela maioria dos ministros do STF.

    Os dois oposicionistas também avaliam que os novos desdobramentos do impeachment só se darão após o Carnaval.

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