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    o impeachment

    Youssef passará final de ano com as filhas em casa alugada em Curitiba

    BELA MEGALE
    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    18/12/2015 02h00

    Alan Marques - 26.out.2015/Folhapress
    O doleiro Alberto Youssef em outubro, quando foi depor à CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara
    O doleiro Alberto Youssef em outubro, quando foi depor à CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara

    O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, ganhou um presente de Natal do STF (Supremo Tribunal Federal): ele vai poder passar as festas de final de ano em uma casa em Curitiba (PR) com as três filhas.

    A mulher não deve aparecer nos festejos porque se separou do doleiro após a sua prisão.

    Preso há um ano e nove meses na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, ele obteve permissão judicial do Supremo para uma saída temporária de dez dias que inclui as datas de Natal e Réveillon. A previsão é que o doleiro fique fora das dependências da PF dos dias 23 de dezembro deste ano a 2 de janeiro de 2016.

    "Não é um favor nem um privilégio", diz o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto sobre a saída. "Mais de dez operações da PF tiveram origem na colaboração do Alberto. É uma homenagem da Procuradoria e do Supremo a essa colaboração".

    Durante os dez dias, Youssef deve se hospedar em uma casa alugada na região metropolitana de Curitiba ou na própria capital.

    O local ainda está sendo procurado por familiares do doleiro, segundo a Folha apurou. Também serão os parentes de Youssef que bancarão o aluguel da casa e todos os demais custos.

    SEGURANÇA

    Um dos fatores que vêm dificultando a escolha do imóvel é que ele precisa de um espaço independente na casa para abrigar os agentes da PF.

    Eles serão encarregados não só da vigilância do local como também da segurança do delator, que é visto como responsável por levar grande parte dos réus da Lava Jato para trás das grades.

    Esse é um dos motivos pelos quais o imóvel precisar ser aprovado pela própria Polícia antes de ser alugado.

    Há cerca de dois meses, uma casa na região metropolitana de Curitiba chegou a ser cotada para abrigar o doleiro. A falta de um local reservado para os agentes sepultou o negócio.

    A ideia é que Youssef passe a maior parte do tempo em companhia das filhas, que costumam visitá-lo com frequência às quartas-feiras, dia em que familiares podem ver os presos na PF. Segundo policiais, geralmente elas veem o pai em dias distintos.

    Atualmente o doleiro passa a maior parte do tempo preso em uma cela e tem direito a duas horas de banho de sol por dia. Não é raro que a porta do local fique aberta para que os presos possam circular nos corredores.

    O bom comportamento de Youssef e a efetividade de sua delação premiada para a Operação Lava Jato foram apontados como essenciais para que o doleiro conseguisse o benefício, que consiste numa saída temporária.

    Essa medida é diferente do indulto, concedido às vésperas do Natal por meio de um decreto do presidente da República, que consiste no perdão da pena e tem, como consequência, a extinção dela.

    "A saída temporária é para quem cumpre o regime semiaberto e tem bom comportamento. Uma medida de ressocialização", explica Eduardo Lino Bueno Fagundes, juiz da 1ª Vara de Execuções Penais e responsável pelos presos comuns de Curitiba e da região metropolitana.

    Questionado sobre o caso de Youssef, que cumpre três anos em regime fechado e depois irá para o aberto, conforme foi estabelecido em seu acordo de delação, o juiz afirma que nunca se deparou com uma situação similar à do doleiro.

    OUTROS CASOS

    A Secretaria de Segurança do Paraná, responsável pelo CMP (Complexo Médico Penal), onde estão 13 presos da Lava Jato, informou à Folha que eles permanecerão reclusos nas festas de fim de ano. Entre eles estão o ex-ministro José Dirceu e o empresário Marcelo Odebrecht.

    A Folha apurou que a negociação da saída temporária chegou a ser cogitada também para o ex-deputado Pedro Corrêa. Segundo relatos, ele mesmo não se entusiasmou com a ideia por acreditar que seria muito complicado trazer a família, a maior parte de Recife (PE), para Curitiba. Há meses o ex-deputado negocia um acordo de delação com a Procuradoria Geral da República, mas os investigadores não tomaram uma decisão até agora.

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