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    Lava Jato

    André Esteves deixa presídio de Bangu 8, no Rio, e vai para prisão domiciliar

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    BRUNA FANTTI
    DO RIO
    RONALD LINCOLN JR.
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    18/12/2015 20h00

    Mauro Pimentel/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 18.12.2015: ANDRE ESTEVES SAI DA PRISAO - O banqueiro Andre Esteves sai do Complexo Penitenciario de Gericino, em baniu, zona oeste do Rio de Janeiro. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-PODER) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    O banqueiro André Esteves deixa o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio

    O banqueiro André Esteves deixou às 19h35 desta sexta-feira (18) o presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio.

    Da penitenciária, ele seguiu para a superintendência da Polícia Federal, no centro, para assinar os documentos necessários para deixar o sistema carcerário.

    Ele deixou Bangu 8 escoltado por agentes dentro de uma viatura da Polícia Federal. Pouco depois das 20h, Esteves deixou a superintendência da PF.

    A Folha apurou que Esteves embarcou às 20h40 no aeroporto Santos Dumont, também situado no centro da cidade. Às 21h35, de acordo com o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o banqueiro desembarcou em São Paulo.

    Ficou acertado que ele permanecerá em prisão domiciliar na cidade de São Paulo, de acordo com a autorização concedida pela Justiça.

    Esteves é proprietário de uma mansão de 5 mil m² no Jardim América, na zona oeste paulistana.

    Segundo a revista "Veja São Paulo", no início de 2015, Esteves chegou a pôr a mansão à venda por R$ 60 milhões.

    O banqueiro estava preso, em Bangu 8, desde 25 de novembro, sob a acusação de negociar um pagamento para manipular a delação de Cerveró.

    Esteves foi citado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) numa conversa gravada por Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em um quarto de hotel em Brasília. O senador sinalizou que Esteves poderia financiar até mesmo uma fuga para Cerveró.

    Em depoimento à Justiça, Delcídio negou a participação de Esteves no suposto esquema de fuga ou no pagamento de qualquer tipo de mesada a ex-funcionário da Petrobras.

    O senador afirmou que o banqueiro não tinha conhecimento daquela negociação e que seu nome foi usado para impressionar Bernardo Cerveró sobre a viabilidade do plano.

    Na quinta (17), o ministro Teori Zavascki determinou a manutenção da prisão de Delcídio do Amaral e liberação da prisão de Esteves. Em sua argumentação, o ministro considerou frágeis as provas contra André Esteves porque não ficou comprovado que ele participou efetivamente da citada reunião.

    Teori determinou que o banqueiro fique em "recolhimento domiciliar integral", sendo proibido de manter contato com outros investigados da Lava Jato e obrigado a comparecer em juízo quinzenalmente.

    De acordo com a decisão judicial, Esteves terá de arrumar um emprego, fora do mercado financeiro, enquanto responde ao processo judicial.

    Em 2 de dezembro, os principais sócios do BTG afastaram Esteves do comando do banco. Na prática, ele continua a ser um acionista, mas já não participa das decisões sobre os rumos do BTG.

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