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    o impeachment

    Diretor critica viés pró-impeachment da Fiesp

    ALEXANDRE ARAGÃO
    DE SÃO PAULO

    19/12/2015 02h00

    Diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), José Velloso Dias Cardoso afirma que a decisão da entidade de declarar-se a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff inviabiliza o debate sobre políticas públicas.

    "Quem se posiciona num tema tão agudo quanto esse, logicamente que há a polarização, e o outro lado vai te enxergar como inimigo, como adversário", disse Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), em entrevista à Folha.

    "Porque hoje os lados não estão respeitando quem tem a opinião contrária. Quem se posiciona corre esse risco."

    Para o diretor, o problema é perceptível na política brasileira em geral. "O debate ficou muito pobre, ou quase que inexistente", afirmou.

    Um exemplo do argumento foi presenciado durante a reunião da Fiesp que definiu o posicionamento da federação, segundo a Folha apurou. No decorrer do debate, um dos dirigentes afirmou que a entidade não deveria declarar-se a favor do impeachment, porque iria derrubar pontes com o governo –e acabou duramente criticado pela maioria dos presentes.

    DIRIGENTES POLÍTICOS

    Velloso, que não estava presente na discussão, ressalta que "a Fiesp é soberana, entre seus associados, de tomar as decisões dela". Mas pondera que na Abimaq, por exemplo, dirigentes são proibidos de ter atuação partidária, diferentemente do que ocorre na federação paulista.

    Fundada em 1975, a Abimaq tem cerca de 7.800 empresas associadas, que produzem máquinas e equipamentos para diversas indústrias. Velloso diz que, em reunião plenária, os diretores da associação decidiram que seria prejudicial posicionar-se sobre o impeachment, fosse favorável ou contrariamente.

    O próprio presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi candidato ao governo paulista pelo PMDB, em 2014. Próximo ao vice-presidente Michel Temer, também peemedebista, Skaf almoçou com ele na sexta anterior ao anúncio, que aconteceu na segunda (14).

    Skaf declarou à Folha, entretanto, que não havia antecipado a notícia. "Nós não falamos nada", disse. "Michel Temer não sabia [...], e eu não disse nada a ele."

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