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    Lava Jato

    Justiça manda soltar presidente da OAS três dias após prisão

    DE CURITIBA

    21/12/2015 12h26

    Três dias após suas prisões temporárias, o presidente da construtora OAS, Elmar Varjão, e outros três executivos da Galvão Engenharia e da Barbosa Mello foram soltos na última segunda-feira (14), por ordem da Justiça.

    Eles haviam sido presos na sexta (11), durante a operação Vidas Secas, suspeitos de desviar dinheiro das obras da transposição do rio São Francisco.

    Segundo a investigação da Polícia Federal em Pernambuco, os empresários utilizaram empresas de fachada –incluindo as do doleiro Alberto Youssef e do empresário Adir Assad, ambos presos na operação Lava Jato– para desviar pelo menos R$ 200 milhões. Os contratos investigados, até o momento, somam R$ 680 milhões.

    Na última segunda (14), o juiz Felipe Mota de Oliveira, da Justiça Federal em Pernambuco, decidiu liberá-los sob o argumento de que a finalidade das prisões já havia sido cumprida e que, dali em diante, a custódia seria "constrangimento ilegal".

    Além das quatro prisões temporárias (válidas por até cinco dias), também foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva.

    O pedido de soltura foi feito pela própria PF, que informou que os investigados prestaram depoimento, não se negaram a cumprir as ordens judiciais de busca e apreensão e têm "residência fixa e notória ocupação lícita".

    Dois dias antes, Oliveira havia negado o pedido de relaxamento da prisão feito pela defesa dos investigados, que trazia os mesmos argumentos do relatório policial.

    Na ocasião, o magistrado entendeu que, diante do "notório poderio econômico dos investigados e de suas prováveis relações com agentes de poder", era necessário mantê-los detidos para evitar a destruição de provas e a influência sob outras possíveis testemunhas.

    O processo corre em segredo de justiça.

    A OAS, que havia classificado a prisão de Varjão como "desnecessária", informou que forneceu todas as informações solicitadas à PF e disse que continuará à disposição das autoridades.

    A Galvão Engenharia informou que não tomou conhecimento dos detalhes da investigação, mas afirmou assumir "o compromisso de colaborar com o poder público para que tudo seja esclarecido da melhor forma possível".

    Responsável pela defesa da Barbosa Mello, o advogado Leonardo Bandeira argumentou que nenhum diretor ou executivo atual da empresa foi preso ou conduzido para depor, e que a empresa não foi alvo de buscas.

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