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    Lava Jato

    Alexandre Padilha dividiria laboratório com Youssef, diz delator

    DE BRASÍLIA

    05/01/2016 15h44

    Fabio Braga/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 30-09-2014: O ministro saude, Alexandre Padilha. A TV Globo promove debate entre os candidatos ao governo de Sao Paulo. Mediado pelo jornalista Cesar Tralli, o debate tera a participacao dos sete candidatos com representacao na Camara dos Deputados: Geraldo Alckmin (PSDB), Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaf (PMDB), Gilberto Maringoni (PSOL), Gilberto Natalini (PV), Walter Ciglioni (PRTB) e Laércio Benko (PHS). (Foto: Fabio Braga/Folhapress, PODER).
    O secretário Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, acusado por delator de fazer acordo com Youssef

    O transportador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, ex-funcionário do doleiro Alberto Youssef, afirmou em sua delação premiada na Operação Lava Jato que o então ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), atual secretário municipal em São Paulo, ficaria com uma parte do Labogen, laboratório usado pelo doleiro para lavar dinheiro.

    A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

    A Labogen negociou uma parceria para produção de medicamento com o Ministério da Saúde na época da gestão Padilha, mas o projeto foi interrompido antes de seu início depois que veio à tona a relação do doleiro com o laboratório.

    O ex-deputado petista André Vargas (ex-PT-PR) intermediou os contatos da Labogen com Padilha na época.

    Rocha, conhecido como Ceará, disse ainda que o ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos também entraria no negócio aportando recursos para a produção dos medicamentos.

    "A Labogen seria dividida em quatro partes; que uma das partes era de Leonardo Meirelles; que a segunda parte era de Alberto Youssef, baseada no débito que Leonardo Meirelles tinha para com ele; que a terceira parte era do então ministro da Saúde Alexandre Padilha e de André Vargas; que a quarta parte era do fundo de investimentos administrado por Pedro Paulo Leoni Ramos", afirma um dos relatórios de sua delação.

    Youssef afirmou, também em delação, que chegou a se reunir com Padilha para tratar da Labogen, mas não disse que o ex-ministro teria uma parte do laboratório.

    Em um outro depoimento, já houve contradição entre Youssef e seu ex-funcionário: Ceará disse ter ouvido do doleiro que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) recebeu R$ 200 mil e Youssef negou a informação, o que provocou o arquivamento de procedimento preliminar sobre o caso no STF (Supremo Tribunal Federal).

    O laboratório do doleiro

    OUTRO LADO

    Em nota, Padilha declarou que não foi encontrado nenhum vínculo dele com irregularidades, mesmo após investigação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União).

    "É absurda e irresponsável qualquer tentativa de mais uma vez vincular o nome do ex-ministro da Saúde ao referido laboratório por meio de 'conversas ouvidas de terceiros' em uma delação", diz a nota.

    A assessoria de Leoni Ramos confirmou que a GPI Investimentos fez um "pré-contrato de opção de compra", junto a outras empresas, que manifestava a intenção de adquirir a Labogen desde que cumpridas condições.

    "Essa opção de compra jamais foi exercida porque essas condições não se realizaram. A empresa esclarece ainda que seus representantes jamais foram sócios, fizeram parte da diretoria ou participaram da administração do laboratório Labogen", diz a nota.

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