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    Lava Jato

    Cunha elabora argumentos contra pedido de afastamento feito pela PGR

    GUSTAVO URIBE
    DÉBORA ÁLVARES
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    05/01/2016 18h57

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez questão de elaborar pessoalmente os argumentos que vão embasar a peça de sua defesa para o pedido feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de afastamento do peemedebista do cargo de deputado federal e, por consequência, do comando da Casa.

    Cunha tem classificado o pedido de Janot, no qual ele acusa o peemedebista de utilizar "o cargo em interesse próprio e ilícito unicamente para evitar que as investigações contra ele continuem e cheguem ao esclarecimento de suas condutas", como "peça de ficção" e, segundo aliados, manteve esse termo no documento.

    Para redigir o texto, no qual responde os 11 itens que o procurador-geral apontou ao STF como justificativas para seu afastamento, Cunha se reuniu com pessoas de sua confiança desde dezembro.

    O documento foi enviado a seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, que deve usar as argumentações do cliente na peça final da defesa a ser apresentada ao ministro relator do caso, Teori Zavascki.

    Antes do início do recesso do Judiciário, Teori abriu prazo de dez dias para Cunha prestar informações sobre o pedido da PGR. O peemedebista não chegou a ser notificado, mas isso pode acontecer ainda em janeiro, após o retorno dos servidores às atividades, a partir do dia 7. Apesar disso, ainda que Cunha seja notificado, os prazos continuam suspensos até o fim do recesso dos ministros.

    Com a ameaça de ser afastado do cargo, Cunha protocolou no STF, antes mesmo do pedido de Janot, um documento no qual rebate as acusações de uso do cargo em benefício próprio e para atrapalhar o processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Câmara.

    O presidente da Casa disse ao ministro Teori estar apenas exigindo respeito ao devido processo legal e afirmou que as reclamações sobre manobras se devem a "divergências exclusivamente políticas".

    Cunha é alvo de uma denúncia no Supremo relativa à Operação Lava Jato, sob acusação de ter recebido propina por contratos de navios-sonda da Petrobras. Responde também a um inquérito por ter mantido quatro contas bancárias no exterior, sendo que uma delas recebeu pagamento de um lobista que atuava na estatal petroleira.

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