Pela primeira vez desde 1960 —quando não havia uma única senadora no país—, o plenário do Senado terá um banheiro feminino. O lavatório masculino que existe próximo à tribuna e à Mesa Diretora, na qual se instala a cúpula da Casa durante as sessões, está sendo reformado para abrigar também um espaço destinado às mulheres.

A obra é fruto da reivindicação da bancada feminina, que atualmente tem 12 senadoras. Até o fim do ano passado, elas precisavam usar um banheiro localizado no chamado "cafezinho", lanchonete adjacente ao plenário onde os parlamentares fazem refeições. Na atual legislatura, as mulheres representam apenas 15% dos 81 senadores.

Na Câmara, deputados e deputadas utilizam banheiros localizados no cafezinho do plenário. Com 513 parlamentares, a Casa tem apenas 53 deputadas.

A construção no Senado ensejou até mesmo o encerramento antecipado do ano legislativo de 2015. Em 17 de dezembro, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou o recesso legislativo e informou aos parlamentares que as atividades da semana seguinte, até o dia 23, estavam suspensas devido à reforma.

A obra deverá ser concluída até a retomada dos trabalhos, em 1º de fevereiro. De acordo com o contrato estabelecido para a execução da reforma, ela deverá custar até R$ 35,8 mil.

REPRESENTAÇÃO

Apesar de as mulheres serem a maior parte da população, cerca de 51% de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a representação feminina na política no país ainda é considerada ruim.

O mapa "Mulheres na Política 2015", elaborado pelo ONU (Organização das Nações Unidas) apontou que o Brasil ocupa apenas a 124ª posição em um ranking de 188 países em relação à igualdade de gênero e à participação de mulheres na vida pública. Na América Latina, o país está a frente apenas do Haiti.