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    operação zelotes

    Lula presta depoimento em inquérito da Operação Zelotes

    GABRIEL MASCARENHAS
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA
    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    06/01/2016 19h10 - Atualizado às 20h48

    Zipi - 10.dez.2015/Efe
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestou depoimento à PF no âmbito da Operação Zelotes

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (6), em Brasília, em um inquérito referente à Operação Zelotes.

    O depoimento começou às 14h30 e foi encerrado após as 19h.

    A PF investiga suspeitas de pagamento de propina para aprovação de três medidas provisórias que concediam benefícios fiscais ao setor automotivo, sendo duas delas durante o governo Lula.

    A empresa LFT Marketing, que pertence a Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente, recebeu R$ 2,4 milhões do escritório Marcondes & Mautoni, que, na mesma época, recebeu repasses de empresas do setor automotivo.

    No depoimento, Lula disse que a aprovação da MP atendia a interesses dos Estados, como Bahia, Pernambuco e Goiás.

    Segundo ele, foram os governadores que trabalharam para sua aprovação, já que a indústria automobilística gera empregos e amplia a arrecadação.

    Ele explicou ainda o rito do Congresso para sustentar o argumento de que, sozinho, um presidente não garante a aprovação de uma medida provisória.

    O depoimento desta quarta estava previsto para acontecer no final do mês passado. A Folha apurou que a defesa de Lula pediu o adiamento para janeiro, período de recesso parlamentar em Brasília.

    O ex-presidente está acompanhado de seu advogado, Cristiano Zanin Martins.

    ZELOTES

    Deflagrada no fim de março com origem em uma carta anônima entregue num envelope pardo, a Operação Zelotes da Polícia Federal investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país.

    Suspeita-se que quadrilhas atuavam junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, revertendo ou anulando multas. A operação também foca lobbies envolvendo grandes empresas do país.

    O esquema fez com que uma CPI fosse instalada no Senado.

    Na fase mais recente da operação, a Polícia Federal realizou um mandado de busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo.

    Outro investigado de peso da Zelotes é o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, relator da reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff.

    De acordo com a investigação, ele teria recebido, através de uma empresa da qual foi sócio até 2005 —atualmente em nome de seu sobrinho— pagamentos da SGR Consultoria, que teria corrompido conselheiros do Carf para favorecer clientes que recorreram ao Carf para discutir multas.

    OUTRO LADO

    À noite, o Instituto Lula divulgou nota sobre o depoimento que o ex-presidente prestou. O texto afirma que Lula falou à PF a fim de continuar "colaborando, como sempre faz, para esclarecer a verdade".

    A nota também ressalta que "o ex-presidente não é investigado ou testemunha no inquérito".

    O Instituto Lula reafirma a versão que o ex-presidente prestou à polícia, de que "as duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás".

    "Ambas resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais."

    Por fim, a nota diz que a data e o horário do depoimento foi combinado entre a PF e os advogados de Lula, em dezembro do ano passado.

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