Na tentativa de chegar a um consenso que evite uma disputa pelo comando nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer cedeu aos pedidos da bancada do partido no Senado Federal e aceitou discutir uma reformulação dos principais postos da cúpula nacional da legenda.

Em encontros na segunda-feira (18) e nesta terça-feira (19), o peemedebista pediu aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) que apresentem um desenho de rearranjo, cujo objetivo é contemplar o grupo do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A articulação pretende impedir que seja lançada uma candidatura adversária à do vice-presidente, que está à frente do partido desde 2005. No encontro, ficou acertada a realização de uma reunião antes de fevereiro de Michel Temer com a bancada do partido no Senado Federal.

Para se chegar a um acordo, o vice-presidente já sinalizou a possibilidade de se licenciar da presidência do partido após ser reeleito e de não disputar uma nova reeleição em 2018, abrindo espaço para o grupo de Renan Calheiros.

Os aliados do presidente do Senado Federal, no entanto, têm feito uma lista maior de exigências para apoiar a recondução do vice-presidente na convenção nacional do partido, marcada para março.

Além da designação de Romero Jucá (RR) para a primeira vice-presidência do PMDB, eles almejam o posto de presidente do Senado Federal para Eunício Oliveira (CE), atualmente na tesouraria.

Atual primeiro vice-presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp corre por fora para se manter no cargo. No entanto, peemedebistas já consideram que ele poderá ser realocado no comando da Fundação Ulysses Guimarães, entidade partidária responsável pela formação da sigla e com destaque na Executiva Nacional Nacional.

A proposta ainda encontra resistência de Michel Temer, que tem hoje à frente da entidade partidária um de seus maiores aliados, Moreira Franco.

A proibição da reeleição para a Executiva Nacional do PMDB, o que tem sido sinalizado pelo vice-presidente, deve ser feita a partir de uma mudança no estatuto da legenda e deve incluir todo o comando da sigla, não apenas o cargo de presidente.