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    Lava Jato

    TCU exige que governo envie dados de acordo de leniência com a Engevix

    RENATA AGOSTINI
    DO PAINEL

    20/01/2016 18h23

    Regis Filho/Valor
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 02-08-2014: O empresário Gerson de Mello Almada, socio da Engevix, no Fórum Econômico Brasil-Japão, realizada pela Câmera de Comércio e Indústria Japonesa, em São Paulo (SP). (Foto: Regis Filho/Valor)
    O empresário Gerson Almada, sócio da Engevix, que negocia acordo de leniência com o governo

    O TCU (Tribunal de Contas da União) quer acesso à íntegra dos documentos que vem subsidiando as negociações do governo para a costura de um acordo de leniência com a Engevix, empreiteira investigada na Operação Lava Jato.

    Em despacho assinado nesta terça-feira (19), o ministro Bruno Dantas, relator do caso na corte, deu prazo de cinco dias para que a CGU (Controladoria-Geral da União) encaminhe informações sobre as tratativas, incluindo "cópias das atas de reuniões e de todos os documentos produzidos até o momento".

    O ministro acatou o pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU. O procurador Julio Marcelo de Oliveira argumentou que a própria CGU encaminhou ao tribunal, em março do ano passado, a manifestação de interesse da Engevix em cooperar para a apuração das ilegalidades.

    Acuada pelas investigações da Lava Jato, a empreiteira procurara o governo em busca de um acordo que reduzisse eventuais multas e a fizesse escapar da proibição de firmar contratos com o poder público no futuro.

    Segundo o procurador, o processo não evoluiu no TCU, mas é "provável" que as tratativas tenham avançado entre a Engevix e a CGU. Por isso, pediu que o governo libere os termos que vêm sendo negociados e os processos de apuração do débito da empresa com a União.

    Trata-se de mais um capítulo da disputa entre o governo e o TCU deflagrada após a edição pela presidente Dilma Rousseff, no final do ano passado, da medida provisória que alterou a Lei Anticorrupção.

    Os ministros reagiram às mudanças nos bastidores, acusando o governo de tirar o poder de fiscalização da corte. A MP determina que a CGU conduza os acordos e, só depois de firmados, eles sejam apreciados pelo TCU.

    O governo sinalizou que irá recuar e modificar a proposta durante a tramitação no Congresso.

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