• Poder

    Tuesday, 07-May-2024 09:17:42 -03

    o impeachment

    Diante de possível derrota de Picciani, Planalto se aproxima de Hugo Motta

    MARINA DIAS
    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    21/01/2016 19h52

    Gustavo Lima - 30.out.2014/Agência Câmara
    Hugo Motta será indicado ao cargo pelo bloco do PMDB, o maior da Câmara dos Deputados.
    O deputado Hugo Motta (PB), que oficializou sua candidatura à liderança do PMDB na Câmara

    Ciente de que Leonardo Picciani (RJ) pode perder a liderança do PMDB na Câmara, o Palácio do Planalto decidiu abrir a porta para uma eventual composição com o deputado Hugo Motta (PB).

    Último nome a se apresentar na disputa marcada para fevereiro, Motta esteve com dois ministros do núcleo próximo à presidente Dilma Rousseff para dizer que adotará "posição de neutralidade" caso fique com o cargo.

    Ele se reuniu com Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) e espera retorno de Jaques Wagner (Casa Civil) e de Giles Azevedo (Assessor Especial).

    No aceno mais explícitos nesses encontros, Motta se comprometeu a, caso eleito, não indicar para a comissão especial do impeachment apenas deputados favoráveis ao afastamento de Dilma.

    "A composição obedecerá a proporcionalidade da bancada do PMDB, que é eclética, com vários posicionamentos", disse Motta à Folha.

    A candidatura do deputado é vista como resultado da articulação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), para impedir a recondução de Picciani ao cargo.

    Cunha e Picciani eram aliados até o deputado decidir se alinhar ao Planalto, o que irritou o presidente da Câmara. A associação ao governo rendeu a Picciani a indicação de dois ministros no segundo mandato de Dilma.

    A escolha de Motta, no entanto, foi calculada por Cunha para embaralhar a leitura do governo sobre a disputa dentro do PMDB.

    Apesar de aliado do presidente da Câmara, que é inimigo declarado do Planalto, Motta honrou acordos que fez com o PT e com o governo quando foi presidente da CPI da Petrobras, por exemplo.

    Foi ele o responsável por pautar e, depois, enterrar a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, à comissão.

    Esse gesto deu a ele um "trunfo" nas conversas com integrantes da ala dilmista da sigla, que não podem acusá-lo de traição ou deslealdade.

    O vínculo com duas alas do PMDB —a que apoia Cunha e a que apoia Dilma— será a pedra fundamental do discurso de Motta contra Picciani.

    Aliados da presidente afirmam que a principal aposta do Planalto continua sendo Picciani. Num primeiro momento, auxiliares de Dilma chegaram a oferecer um ministério (Aviação Civil) para um deputado do PMDB de Minas na tentativa de dividir o partido e favorecer Picciani.

    Agora, porém, o governo decidiu suspender as negociações em torno da pasta até o desfecho da eleição interna. Segundo um interlocutor de Dilma, Motta "se dispôs a conversar e mostrar que não é inimigo" e o Planalto "não vai tratá-lo" como opositor neste momento.

    Entre Picciani e Motta, há ainda na disputa Leonardo Quintão (PMDB-MG). Este sim tem a candidatura rechaçada pelo governo e é visto como o que, entre os três, tem menos chance de vitória.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024