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    o impeachment

    Mesmo elogiado por Dilma, Ciro critica governo da petista

    DÉBORA ÁLVARES
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    22/01/2016 14h45

    Pedro Ladeira - 21.jan.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, 21.01.2016 - PDT-REUNIÃO - Reunião do Diretório Nacional do PDT com a presença do ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi
    O ex-ministro Ciro Gomes e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi

    Mesmo depois de ser elogiado de forma bem-humorada pela presidente Dilma Rousseff durante o evento do Diretório Nacional do PDT nesta sexta-feira (22), o ex-ministro Ciro Gomes voltou a criticar, sem poupar, a política econômica do governo. "Ela sabe que a minha intenção é a melhor possível. Eu quero ajudá-la", justificou.

    Segundo Ciro, é "obrigação" do partido "cobrar, pedir, suplicar que a presidente se reconcilie com aqueles valores que trouxeram quase 30 milhões de brasileiros da miséria absoluta para uma vida de dignidade mínima". "Não podemos voltar atrás, como estamos", acrescentou.

    Defensor da manutenção do mandato da presidente, Ciro qualificou reiteradas vezes –ao longo do evento e em entrevista a jornalistas após a saída da presidente– o pedido de impeachment como "golpe". "Eu não gosto do governo Dilma, mas eu compreendo as causas pelas quais o seu governo tem tido dificuldades e nenhuma delas consulta a escalada golpista que certos grupos estão perseguindo."

    "Acredito que o maior problema da presidente Dilma foi a boa fé. Eu tenho certeza. Por isso continuo apoiando, imaginando que se conciliar com a plutocracia, entregando a gestão da economia. Isso foi o mais grosseiro equívoco que ela cometeu, mas felizmente já corrigiu. Nunca houve uma queda de receita tão profunda."

    Ciro acompanhou a presidente até o carro após ela discursar no evento desta sexta. Segundo ele, ela reiterou a brincadeira bem-humorada de que não se chateia com as críticas que ele faz a ela.

    Dilma chegou a ser aconselhada por ministros e auxiliares a não comparecer ao evento do PDT, onde foi reiterada manifestação de apoio do partido a ela contra o impeachment, com temor de haver discursos contrários.

    Dado como candidato do partido à Presidência em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes usou o tempo de seu discurso, antes da chegada de Dilma, para reiterar os ataques que tem feito.

    "De um lado o governo que nós elegemos se desconstruirá muito rápido e fortemente com a negação do compromisso que lhe dera vitória eleitoral, símbolo de valores exatamente opostos, que é compromisso com quem trabalha e produz", afirmou Ciro, segundo quem, todos os países da América Latina passam por situações semelhantes, mas que não justificam os "golpismos".

    Como previsto, o partido aprovou moção em apoio à Dilma Rousseff, contra o impeachment da petista. Também fecharam questão pela saída de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados.

    Antes de Ciro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, teceu uma série de elogios à Dilma. "Presidente é uma mulher honrada, forjada dentro desse partido. Foi para a clandestinidade, foi para a luta contra a ditadura. Não é só porque é mulher, é porque é uma mulher qualificada, uma mulher preparada, porque é a primeira mulher a chegar à Presidência da República."

    Lupi, que foi ministro de Dilma no primeiro mandato, destacou que haverá sanções aos membros do partido que se colocarem contrários às questões fechadas na reunião do Diretório Nacional desta manhã.

    A participação de Dilma deve ser breve. A expectativa é que, com a chegada dela, haja uma homenagem ao fundador da sigla, o ex-governador Leonel Brizola. O PDT foi o primeiro partido ao qual a presidente foi filiada antes de seguir para o PT.

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