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    Lava Jato

    Não faz sentido apontar protagonista, diz advogado de Marcelo Odebrecht

    DE SÃO PAULO

    24/01/2016 02h00

    Zanone Fraissat - 18.jan.2016/Folhapress
    O advogado Nabor Bulhões, defensor de Marcelo Odebrecht, criador de manifesto contra Lava Jato
    O advogado Nabor Bulhões, defensor de Marcelo Odebrecht, criador de manifesto contra Lava Jato

    Nabor Bulhões declarou em e-mail enviado à Folha ter assinado a carta com críticas à Operação Lava Jato "na condição de profissional do direito e não como advogado de Marcelo Odebrecht".

    Fez isso, de acordo com ele, porque "são notórios os vícios e abusos ocorridos no âmbito da Operação Lava Jato, comprometedores não só da validez dos processos a ela correlacionados, mas da higidez da jurisdição".

    Para Bulhões, seria um equívoco imaginar que houve algum protagonista na elaboração da carta.

    "Buscar atribuir protagonismo a este ou aquele advogado na sua idealização e concreção seria ignorar o sentimento geral de perplexidade e indignação dos subscritores do manifesto em comento com os vícios e abusos cometidos no âmbito da Operação Lava Jato e também daqueles outros advogados, professores e juristas que, tendo tomado conhecimento da carta após a sua publicação, manifestaram e vêm manifestando apoio irrestrito ao seu conteúdo".

    Isso ocorre, na visão do advogado, porque "na órbita penal o processo não pode ser instrumento de opressão judicial, mas meio de realização do direito e da justiça".

    De acordo com Nabor Bulhões, "o que ocorre da 'Lava Jato' ultrapassa em muito os interesses dos réus envolvidos, mas põe em relevo o dever do Estado de prestar jurisdição justa, hígida e imparcial. Essa é a dimensão pública que há em toda defesa de natureza criminal. Daí a ampla adesão de advogados, professores e juristas à manifestação consubstanciada na carta".

    Bulhões e a Odebrecht não quiseram informar quem pagou os custos da publicação da carta nos jornais. Emílio Odebrecht também não quis se pronunciar.

    A mulher de Marcelo, Mônica, disse que soube da carta, mas nega ter procurado advogados para assiná-la.

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