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    Procuradoria vai apurar elo entre tucano e propina na merenda

    DE SÃO PAULO

    25/01/2016 16h18

    Bruno Poletti - 7.ago.15/Folhapress
    SAO PAULO, SP, 07.08.2015: Fernando Capez -Sessao Solene para homenagear o Jubileu de Prata do Ministro Marco Aurelio Mello, do Supremo Tribunal Federal. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress, FSP-MONICA BERGAMO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    O presidente da Assembleia de São Paulo, Fernando Capez (PSDB)

    O procurador-geral de Justiça, Marcio Elias Rosa, criou uma força-tarefa do Ministério Público de São Paulo para apurar o envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), com uma organização criminosa que pagava propina em troca de contratos superfaturados para fornecer merenda escolar para 22 prefeituras do interior.

    Capez nega ter recebido suborno do grupo.

    O grupo da Procuradoria-Geral de Justiça é liderado pelo próprio Rosa, pelo subprocurador-geral Nilo Spínola Salgado Filho, pelo ex-corregedor da instituição Nelson Gonzaga, além de dois promotores que iniciaram, junto com a Polícia Civil, a investigação que resultou na deflagração da operação Alba Branca.

    Na última terça (19), seis dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), com sede em Bebedouro (345 km de São Paulo) foram presos e a polícia vasculhou 24 endereços de suspeitos. Os seis presos começaram a colaborar com as autoridades.

    Segundo a polícia, a cooperativa pagava propina a funcionários de prefeituras e chefes políticos em troca de contratos de fornecimento de merenda escolar. O superfaturamento chegava a 30% dos contratos.

    Três dos presos –cujas identidades estão sob sigilo– relataram que o presidente da Assembleia recebia "comissão" pelos contratos de merenda escolar. Outros políticos citados são: os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD).

    Ex-chefe de gabinete do secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido apareceu em um grampo, pedindo dinheiro a integrantes do que a polícia acredita ser uma quadrilha. Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado na véspera da operação.

    De acordo com a PGJ, a participação de Marcio Rosa se deve à prerrogativa de foro especial dos deputados estaduais. No caso dos deputados federais, a investigação cabe à Procuradoria-Geral da República.

    OUTRO LADO

    Na semana passada, Capez afirmou por meio de nota, repudiar "com veemência a ligação de seu nome ao escândalo Alba Branca". Ao negar a propina, o tucano classificou a fraude na merenda como "sórdida".

    A Casa Civil do governo Geraldo Alckmin afirmou que o ex-chefe de gabinete Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado e passou a ser investigado pela corregedoria do Estado.As ações dele, diz o governo, não têm relação com atribuições da Casa Civil.

    Os deputados Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) também negaram terem recebido suborno da cooperativa de Bebedouro.

    Luiz Carlos Gondim não foi localizado até a publicação desta reportagem.

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