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    o impeachment

    Petistas terão que se responsabilizar por contas de campanha

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    26/01/2016 16h39

    Com dois de seus tesoureiros presos sob suspeita de corrupção, o PT vai implementar, a partir das eleições de 2016, uma norma para que todos os seus candidatos se responsabilizem por suas contas de campanha. Dessa forma, o partido quer evitar ser responsabilizado por supostos deslizes.

    Em reunião da executiva nacional do PT, nesta terça-feira (26) em Brasília, ficou definido que uma cláusula de responsabilidade será incluída "na carta compromisso" dos candidatos para que eles se responsabilizem pelas contas.

    "Não é desconfiança de ninguém mas, como muitas vezes há um erro, um deslize, e não queremos que haja nenhuma responsabilização do partido", afirmou o presidente do PT, Rui Falcão.

    Segundo o dirigente petista, o partido pretende "fiscalizar bastante" para evitar que o financiamento empresarial continue.

    Após a série de investigações que levou à prisão dois dos tesoureiros do PT –Delúbio Soares, pelo mensalão, e João Vaccari Neto, pelo esquema de corrupção na Petrobras–, o partido vetou o recebimento de doações empresariais e tem tido dificuldades de arrecadar recursos, inclusive, para pagar dívidas contraídas durante a campanha de 2014.

    "As campanhas agora vão exigir muita criatividade, ampla participação da militância, da sociedade e dos movimentos sociais. Não haverá campanha nos moldes anteriores", explica Falcão.

    Ainda de acordo com o presidente do PT, será preciso insistir no debate da reforma política –e os candidatos da legenda levantarão, segundo ele, essa bandeira durante as eleições– para que haja mudanças no sistema eleitoral, principalmente sobre financiamento.

    ECONOMIA

    Mesmo após a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, medida defendida abertamente pelo PT e elogiada por Falcão nesta terça, o presidente do partido diz que ainda é preciso "abrir uma nova etapa na discussão da política econômica" do governo da presidente Dilma Rousseff.

    "Nelson Barbosa deu perspectivas de mudança e houve medidas positivas na economia neste início de ano", disse Falcão citando a elevação do salário mínimo e do piso da Previdência acima da inflação, além da mudança do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União.

    Mas, segundo ele, é preciso adotar medidas de retomada do crescimento econômico "com ênfase na geração de emprego, investimentos em infraestrutura e combate à inflação".

    Falcão reconhece que dificilmente algumas dessas medidas sejam hoje aprovadas pelo Congresso e que, por isso, muitas vezes "nem adianta" pedir que o governo paute os temas no Legislativo.

    "Mas temos que continuar empunhando essas bandeiras para que nada seja feito de baixo para cima", declarou o presidente petista ao citar a reforma tributária, a revisão da tabela do Imposto de Renda, entre outras medidas que tem sido defendidas pelo partido.

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