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    Secretário de Alckmin exalta apuração de esquema e irrita aliados de Capez

    THAIS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    27/01/2016 17h01

    Reprodução/Facebook/Alexandre de Moraes
    Post no Facebook do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sobre a Operação Alba Branca
    Post no Facebook do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sobre a Alba Branca

    A mensagem publicada na noite de domingo (24) pelo secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, em seu perfil no Facebook, parabenizando a Polícia Civil pela Operação Alba Branca irritou o entorno do presidente da Assembleia paulista, Fernando Capez (PSDB). Investigados ligam o deputado estadual ao suposto esquema de corrupção na compra de produtos agrícolas destinados à merenda escolar da rede paulista de ensino.

    "Amigos, dizem que a corrupção é um crime sem rosto, entretanto, o trabalho da Polícia Civil durante a operação 'Alba Branca' vem revelando alguns destes corruptos", escreveu Alexandre de Moraes.

    O post, que estava no ar até a noite desta terça-feira (26), foi apagado da linha do tempo do secretário.

    Embora o secretário de Segurança rechace, a quem insinua, o ingrediente político, a avaliação no Palácio dos Bandeirantes é que a publicação da mensagem foi desnecessária e abriu espaço para que a especulação de fogo amigo ganhasse corpo dentro e fora do PSDB.

    Pessoas próximas a Fernando Capez já haviam dito que o envolvimento do nome do deputado na Alba Branca teria aspecto político e a mensagem na rede social deu ainda mais força a esta especulação. O presidente da Assembleia paulista e o secretário de Segurança Pública de São Paulo são potenciais candidatos em 2018 à sucessão de Geraldo Alckmin no governo paulista.

    Capez, que chegou a ser apontado como possível pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, teria aberto mão de entrar na disputa municipal com vistas a 2018 –quando o partido, segundo disse a interlocutores, estaria menos rachado.

    A recém-filiação de Moraes ao PSDB, no entanto, mudou o cenário. Com a simpatia do governador, o secretário de Segurança Pública passou a ser uma ameaça ao planos de Capez para o Executivo paulista.

    A avaliação no Bandeirantes é que foi um erro o presidente do partido em São Paulo, deputado Pedro Tobias, e o líder tucano na Assembleia, Carlão Pignarati, divulgarem uma nota rechaçando as acusações contra o presidente do Legislativo paulista. O entendimento é que, com a nota, a operação ganhou caráter político e jogou as acusações no colo de Capez.

    ATUAÇÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

    Alexandre de Moraes e Fernando Capez atuaram juntos no Ministério Público de São Paulo. Capez ganhou notoriedade no embate com as torcidas organizadas. Ele foi o responsável por pedir a extinção da Mancha Verde e da Independente, organizadas do Palmeiras e do São Paulo, em 1995.

    Após a partida em que os dois times disputaram a final da Supercopa São Paulo de Juniores, no Pacaembu, um confronto entre as torcidas acabou com a morte de um torcedor.

    Na gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo, Alexandre de Moraes ganhou o status de "supersecretário", quando acumulava o cargo de secretário de Transportes e Serviços, além da presidência do Serviço Funerário Municipal, da SPTrans e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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