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    Lava Jato

    Lula virou objeto de desejo, diz ministro da Casa Civil

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    27/01/2016 22h00

    Diante de sua liderança "bastante sólida" e de seu nome "super conhecido" no país, o ex-presidente Lula virou um "objeto de desejo" das investigações. Essa foi a avaliação feita pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil) na noite desta quarta-feira (27).

    No início do dia, a Polícia Federal deflagrou a operação Triplo X, que investiga se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Procuradores afirmaram que todos os apartamentos do condomínio Solaris, em Guarujá (SP), são alvo da investigação. No edifício, havia um triplex reservado para a família de Lula, que acabou desistindo do negócio.

    "Eu acho que há uma certa obsessão que acaba se difundindo, como se toda operação tivesse o objetivo - e a gente tem testemunhos de pessoas, inquéritos, depoimentos - que sempre se busca a tentativa de contaminar o presidente Lula", afirmou após participar de cerimônia em memória das vítimas do holocausto.

    Para ele, trata-se de um "desserviço". "Eu acho que, sinceramente, [Lula] deveria ter um tratamento mais respeitoso", disse. O ministro lembrou que o ex-presidente já informou que o apartamento no condomínio não é propriedade do petista.

    "Eu só acho que as pessoas têm que aguardar um pouquinho as investigações antes de colocar os carimbos. (...) Isso vale pra todo mundo, pro pessoal que é do meu lado, pra oposição. Ele é uma figura evidentemente que tem uma liderança bastante sólida no país, é uma referência, um nome supe rconhecido, oito anos presidente da república. Então, virou objeto de desejo", concluiu.

    CPMF

    Questionado sobre a reunião do conselhão, que acontece nesta quinta-feira (28), Wagner ponderou que o "caminho" que o governo busca é o da "convergência", entre empresários, trabalhadores e classe política.

    Ele se mostrou favorável a uma CPMF temporária e demonstrou otimismo sobre o debate do tema no encontro de amanhã. "Todo mundo entende que há uma emergência de aumento de receita. Se a convergência for de uma temporalidade pra CPMF, eu acho que é bem-vinda."

    Segundo o ministro da Casa Civil, o governo deve realizar outras três reuniões do conselhão neste ano –a próxima está agendada para abril.

    Questionado sobre o início dos trabalhos no Legislativo, ele elogiou o "debate de ideias" e criticou "qualquer tipo de intolerância e dogmatismo que nos impeça de dialogar e buscar caminhos".

    Wagner ponderou que a presidente não deve ir ao Congresso Nacional entregar a mensagem anual a deputados e senadores. A praxe, destacou, é a ida ao Legislativo no primeiro ano de mandato.

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