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    Lava Jato

    Lula e advogados traçam defesa por tríplex no Guarujá e sítio de Atibaia

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    29/01/2016 12h09

    Jefferson Coppola/Revista Veja
    O sítio Santa Bárbara, em Atibaia, frequentado por Lula e familiares
    O sítio em Atibaia, frequentado por Lula e familiares

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta sexta-feira (29) com sua equipe de advogados para traçar estratégica jurídica e de comunicação em resposta à operação Triplo X, no âmbito da Lava Jato, e à revelação de que a empreiteira Odebrecht fez a reforma de um sítio ligado à sua família.

    A Folha revelou nesta sexta-feira (29) que a Odebrecht, segundo fornecedores, arcou com a reforma do sítio frequentado pelo ex-presidente em Atibaia.

    Uma empresária que forneceu materiais diz que empreiteira gastou ao menos R$ 500 mil com as obras. A empresa nega.

    Já a operação Triplo X, deflagrada pela Polícia Federal na quarta (27), mira um apartamento tríplex ligado a Lula no Guarujá, no litoral paulista.

    O objetivo da força-tarefa é descobrir se outra empreiteira, a OAS –acusada de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras– buscou beneficiar ilegalmente o ex-presidente por meio do imóvel. É a primeira vez que a operação investiga um negócio diretamente ligado a Lula e seus parentes.

    A mulher de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra do imóvel em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.

    O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e de executivos da OAS.

    ESTRATÉGIA

    A estratégia de defesa será desenhada em duas etapas. A assessoria jurídica de Lula se reunirá e, definida a linha de atuação, submeterá a proposta ao ex-presidente.

    Uma das ideias é questionar a legitimidade do juiz Sérgio Moro para conduzir o processo sobre a Bancoop.

    Apesar da avaliação de petistas de que Lula é alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente tem se esforçado para imprimir tranquilidade à rotina. Desde que foi deflagrada a Triplo X, mantém as reuniões previstas na agenda. Por exemplo, com os ex-ministros Carlos Gabas e Arthur Chioro.

    Na quinta-feira, acompanhou a reunião da presidente Dilma Rousseff com o chamado "Conselhão".

    Em suas conversas, no entanto, Lula reclama da atuação dos agentes responsáveis pelas investigações e, segundo interlocutores, diz que as operações podem fomentar a disposição de concorrer em 2018.

    Sítio em Atibaia

    Triplex no Guarujá

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