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    Ministério Público vai intimar Lula a depor sobre tríplex como investigado

    DE SÃO PAULO

    29/01/2016 12h44

    Moacyr Lopes Junior - 23.dez.2014/Folhapress
    GUARUJA, SP, BRASIL. 23.12.2014. O predio na praia de Asturias, na orla de Guaruja que segundo apuracao da reportagem o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva e dono da cobertura. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress, PODER). ***EXCLUSIVO*** ORG XMIT: AGEN141223181554671
    O apartamento em Guarujá que seria adquirido por Marisa, mulher do ex-presidente Lula

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, serão intimados pelo Ministério Público de São Paulo a depor sobre o tríplex no condomínio Solaris, em Guarujá (SP). É a primeira vez que ele falará na condição de investigado.

    Também foram chamados o dono da OAS, Léo Pinheiro —preso na Operação Lava Jato—, e o engenheiro da empreiteira Igor Pontes, que teria participado de uma reforma no imóvel.

    O depoimento do ex-presidente foi marcado para o dia 17 de fevereiro, e o pedido foi feito pelo promotor Cássio Conserino, que diz haver indícios de que os investigados tentaram esconder a real identidade do apartamento, situação que configuraria crime de lavagem de dinheiro.

    O promotor afirmou que irá oferecer denúncia à Justiça contra o ex-presidente, informação publicada pela revista "Veja" no último fim de semana.

    Procurada, a defesa do ex-presidente afirmou que ele ainda não foi intimado.

    TRÍPLEX

    Deflagrada há dois dias, a 22ª fase da Operação Lava Jato, denominada Triplo X em referência ao tríplex, tem entre os alvos as transações envolvendo o imóvel.

    Em seu despacho sobre a operação, o juiz federal Sergio Moro afirma haver a suspeita de que a empreiteira OAS "teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".

    A esposa de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra de um tríplex em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do condomínio sob investigação. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.

    O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de executivos da OAS.

    Lula e a equipe de advogados dele se reúnem nesta sexta-feira (29) para traçar estratégia de defesa, conforme revelou a Folha.

    Outro imóvel ligado a Lula, um sítio em Atibaia que está em nome de sócios de um filho do petista, também está sendo investigado. A Folha revelou nesta sexta (29) que outra empreiteira, a Odebrecht, realizou uma reforma no local.

    OUTRO LADO

    Procurada, a defesa do ex-presidente afirmou que ele ainda não foi intimado, mas que a tendência é de que deponha, caso seja chamado.

    Em manifestação anterior, a assessoria do petista criticou o promotor Cássio Conserino e o acusou de violar a lei.

    Edward Carvalho, que defende a OAS, também disse não ter sido avisado.

    Triplex no Guarujá

    Sítio em Atibaia

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