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    Integrante do governo Alckmin é demitido após pedir 'dízimo' para PRB

    CATIA SEABRA
    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    01/02/2016 19h44

    Integrante do governo Geraldo Alckmin (PSDB), o chefe de gabinete da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo, Aildo Rodrigues (PRB), foi exonerado no sábado (30) após virar alvo de investigação na Corregedoria do Estado devido a uma denúncia de que ele pedia uma espécie de "dízimo" a funcionários comissionados da pasta.

    A contribuição seria destinada ao PRB, segundo o próprio Rodrigues admitiu à Folha. Além de chefe de gabinete da Secretaria de Esporte, sob controle do PRB, ele é presidente do diretório paulistano do partido e tesoureiro do diretório estadual.

    O secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, conta ter recebido, no fim do ano passado, uma denúncia anônima com cópia de uma carta em que Rodrigues pedia a todos os ocupantes de cargos comissionados na secretaria uma doação. Aparecido relata ainda ter encaminhado o caso para a Corregedoria. Em 5 de janeiro, foi aberta uma investigação.

    "Conversei com o secretário [Jean Madeira] e o [presidente do PRB] Marcos Pereira, porque isso é um absurdo e ele tinha que deixar o cargo", afirma o chefe da Casa Civil.

    No Palácio dos Bandeirantes, colaboradores do governador Alckmin referem-se ironicamente à contribuição como "dízimo".

    OUTRO LADO

    Rodrigues afirma que pedir contribuições é inerente a suas funções no PRB e que não há irregularidades.

    Segundo ele, sua exoneração ocorreu após um pedido seu para deixar o cargo a fim de trabalhar na campanha do deputado federal e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB-SP) para a Prefeitura de São Paulo. A assessoria da secretaria confirmou essa versão.

    "Isso é inerente à condição como tesoureiro do PRB no Estado e presidente na capital. Pedir contribuição é uma previsão estatutária, por isso minha obrigação de fazer. Vou continuar pedindo e contribui quem quer, pois não é obrigatório como em muitos partidos", argumenta.

    O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, diz que concorda com o pedido desde que "dentro das normalidades estatutárias, sendo que ninguém é obrigado a doar nada". Afirma também que Aildo deixou o cargo para coordenar a campanha do PRB na capital. "Ele é homem de minha confiança".

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