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    o impeachment

    Dilma decide ir ao Congresso na abertura do ano legislativo

    MARINA DIAS
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    01/02/2016 21h27

    A presidente Dilma Rousseff decidiu ir pessoalmente nesta terça-feira (2) fazer a leitura da mensagem do Poder Executivo na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional.

    Segundo a Folha apurou, a petista fechou o texto na noite desta segunda-feira (1º), quando avisou aos auxiliares mais próximos que seria ela quem faria a leitura diante de deputados e senadores.

    Em reunião com líderes da base aliada do Senado Federal, também na noite deste segunda, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) confirmou a decisão da presidente de ir ao Congresso Nacional.

    Dilma, que deve ir acompanhada dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil), pedirá aos parlamentares ajuda para aprovar medidas que, segundo ela, são importantes para tirar o país da crise econômica, que tem se agravado nos últimos meses.

    Diante da crise política e a retomada da discussão de seu impeachment, Dilma decidiu interromper a tradição dos últimos anos, quando o ministro-chefe da Casa Civil fazia a leitura da mensagem no Congresso Nacional, e escrever um texto em primeira pessoa, com as mensagens que julga importantes para vencer a crise política e econômica, em um aceno à base aliada e também à oposição.

    Nesta segunda, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) reconheceu que havia a possibilidade de a presidente ir ao Congresso Nacional. Mas Dilma ainda não havia batido o martelo, o que fez no início da noite desta segunda-feira.

    Na tentativa de destravar medidas do ajuste fiscal emperradas desde o ano passado no Congresso Nacional, o ministro Nelson Barbosa também se reunirá com a base aliada para pedir rapidez na tramitação de propostas de interesse do Palácio do Planalto.

    O objetivo é tentar viabilizar para o primeiro semestre deste ano a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) e o retorno da CPMF, iniciativa que encontra resistências até mesmo em partidos que apoiam o governo de Dilma.

    Nesta terça, o ministro deve se reunir com líderes da base aliada na Câmara e, na próxima semana, deve se encontrar com os do Senado.

    CONVITE

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convidou Dilma a ir pessoalmente fazer a leitura da mensagem. Ele se reuniu com a petista nesta segunda, no Palácio do Planalto para formalizar o convite.

    O peemedebista, que tem atuado como um ponto de apoio ao governo, afirmou que o gesto é "significativo" e a demonstração de que a presidente "quer conversar".

    "Acho que é um gesto significativo e, sobretudo e, sobretudo, uma oportunidade para que possamos discutir os rumos do país nesse ano que se apresenta com as mesmas dificuldades do ano que passou. Significa uma mudança de patamar na relação. Ao vir, a presidente demonstra que ela quer conversar e o papel do Congresso nacional é preservar o interesse do país", disse.

    Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Dilma abre melhor o canal de diálogo com o Congresso ao tomar tal decisão. "Ela não quer dialogar? É uma boa oportunidade", afirmou.

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