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    Lava Jato

    Planalto pede que líderes da base na Câmara defendam Lula de acusações

    MARIANA HAUBERT
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    02/02/2016 14h16 - Atualizado às 22h18
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Alan Marques - 6.jan.16/Folhapress
    O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que pediu à base aliada empenho para defender Lula
    O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que pediu à base aliada empenho na defesa de Lula

    O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) fez um apelo nesta terça-feira (2) aos líderes dos partidos da base aliada da Câmara para que defendam o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva das recentes denúncias envolvendo o petista.

    Na reunião com deputados realizada nesta manhã no Palácio do Planalto, Wagner fez uma explanação sobre o que chamou de perseguição ao ex-presidente e disse que a história de Lula "precisa ser respeitada".

    Segundo participantes do encontro, ele fez um pedido indireto para que os parlamentares defendam o petista. Para um dos líderes que estava na reunião, a fala teve tom de desabafo.

    Na semana passada, a Folha mostrou que um sítio frequentado por Lula e sua família, localizado em Atibaia, no interior de São Paulo, teve uma reforma custeada pela Odebrecht, segundo relatos de pessoas que atuaram na obra. A empreiteira nega. Só em materiais foram gastos cerca de R$ 500 mil, segundo estimativa da ex-dona da loja que forneceu produtos para a reforma.

    A área está registrada no nome de dois sócios de um dos filhos do ex-presidente, Fábio Luís da Silva. Nesta segunda (1º), a revista "Época" mostrou que o petista e sua família viajaram 111 vezes a Atibaia entre 30 de março de 2012 e 11 de janeiro deste ano. A informação foi obtida com base nas diárias dos servidores que fizeram parte da equipe de segurança do ex-presidente.

    GUARUJÁ

    Lula também é alvo de uma investigação da Polícia Federal pela suspeita de que tenha se beneficiado de um tríplex no Guarujá (SP). Deflagrada na semana passada, a 22ª fase da Operação Lava Jato, denominada Triplo X, tem entre os alvos as transações envolvendo o imóvel.

    Em seu despacho sobre a operação, o juiz federal Sergio Moro afirma haver a suspeita de que a empreiteira OAS "teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".

    A mulher de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra de um tríplex em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do condomínio sob investigação. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.

    O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de executivos da OAS. A defesa de Lula nega as acusações.

    INVESTIGAÇÃO

    Equipe de procuradores da Operação Lava Jato realizaram apurações nesta terça nas proximidades do sítio em Atibaia. Os procuradores ouviram vizinhos e comerciantes do bairro Portão, onde fica a propriedade rural.

    Marcus Leoni/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 02.02.16 18h15 Procuradores da Operacao Lava Jato ouvem comerciantes no bairro Portao em Atibaia onde fica o sitio frequentado pela familia do ex-presidente Lula. Fornecedora ouvida pela Folha disse que empreiteira Odebrecht bancou a maior parte da obra de reforma do sitio. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, FOTO)
    Carro de procuradores da Lava Jato, que ouviram comerciantes em Atibaia
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