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    o impeachment

    Em discurso, Eduardo Cunha baixa tom crítico em relação ao governo

    DE BRASÍLIA

    02/02/2016 17h05

    Pedro Ladeira/Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
    A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha

    Em discurso na abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Câmara não se furtará a analisar qualquer proposta que seja encaminhada pelo Poder Executivo ao Congresso este ano que sejam importantes para a recuperação da economia. O peemedebista, no entanto, lembrou das dificuldades políticas enfrentadas em 2015 e disse que 2016 será um ano "mais difícil".

    "Iniciamos esta sessão legislativa com recessão em alta na economia e com uma crise de saúde que atinge o país. É imprescindível que haja esforço de todos nós para superarmos obstáculos e suas consequências. [...] A Câmara não se furtará a examinar nenhuma proposta do Poder Executivo, embora não haja consenso de que o aumento da carga tributária seja a solução para o combate à crise", disse.

    Cunha discursou logo após a presidente Dilma Rousseff ter feito um apelo direto aos parlamentares por ajuda para a aprovação de propostas como a recriação da CPMF e a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), medidas que, segunda a presidente, são imprescindíveis para a retomada do crescimento.

    "Espero ao longo desse ano contar mais uma vez com a parceria do Congresso para fazer o Brasil alcançar patamares mais altos. [...] Preciso da contribuição do Congresso para dar sequência à estabilização fiscal e assegurar a retomada do crescimento. Esses objetivos não são contraditórios", disse Dilma.

    Em seu discurso, Cunha fez um balanço dos trabalhos da Câmara em 2015 e ressaltou o recorde histórico batido pela Casa no número de projetos e medidas votadas pelo plenário ao longo do ano. "Essa Casa Legislativa cumpriu seu papel de não apenas legislar, mas tratar com a mesma importância as demandas da sociedade", disse.

    CRÍTICAS ÀS VAIAS

    Após a cerimônia, o peemedebista afirmou não ter concordado com as vaias proferidas contra a presidente.

    "Tem gente que gosta e [gente que] não gosta do que ela falou, deixou de falar. É normal, faz parte do processo. Como foi uma visita institucional, deveria ter paciência de ouvir, mesmo não concordando", disse. "A gente escuta muita coisa que não concorda, faz parte do debate", completou.

    Cunha também afirmou acreditar que a CPMF não deverá ser aprovada pela Câmara, mas afirmou que a proposta será votada.

    Ele também criticou a proposta do governo de reforma da Previdência. "Acho que o debate da Previdência tem que ser feito. Mas é um pouco contraditório: ao mesmo tempo em que faz o debate da Previdência, o próprio governo mandou a regra 85/95, que foi comemorada. Aquela comemoração é conflitante com o que foi falado no próprio discurso", disse.

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