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    Sem candidatos ao cargo, Humberto Costa seguirá líder do PT no Senado

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    03/02/2016 13h47

    Sem nomes dispostos a disputar a liderança do PT no Senado, o senador Humberto Costa (PE) acabou sendo reconduzido pelos seus colegas petistas ao posto de líder do partido na Casa em 2016. Esta será a quarta vez que o pernambucano assume o cargo.

    No fim do ano passado, Humberto avisou aos outros 12 senadores da bancada que deixaria a liderança para se dedicar às eleições municipais, a fim de ajudar a reconstruir o PT em Pernambuco.

    Desde as últimos eleições, o partido perdeu representatividade no Estado. O próprio senador foi derrotado quando concorreu à prefeitura do Recife em 2012. Dos 13 prefeitos eleitos pelo partido em 2012, quatro deixaram a sigla ao longo dos anos. Além disso, o senador diz ter se cansado da liderança.

    Em reunião realizada nesta quarta-feira (3), no entanto, os senadores avaliaram que o melhor seria mantê-lo. Paulo Rocha (PA) chegou a se colocar como uma possível alternativa, mas desistiu da candidatura.

    "Houve um entendimento que, exatamente pelo momento de dificuldade, pelo fato até de que nos últimos dois anos, que foram de dificuldades também, nós termos conduzido a bancada, seria mais interessante que alguém já com alguma experiência pudesse fazer esse trabalho e eu não pude me furtar a essa responsabilidade", afirmou Costa após a reunião.

    Na reunião, os parlamentares decidiram também indicar a senadora Gleisi Hoffmann (PR) para assumir a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O nome dela ainda precisa ser aprovado pelo colegiado, tido como um dos mais importantes do Congresso.

    Se aprovada, a senadora substituirá Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro pela Polícia Federal devido à suspeita de que ele estaria atuando para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

    Delcídio ainda mantém o mandato parlamentar e enfrenta um processo no Conselho de Ética da Casa pela sua cassação. Como a presidência da CAE é prerrogativa do PT, o partido decidiu indicar um substituto.

    O petista disse que ficou acordado uma distribuição de tarefas entre os demais partidários no auxílio à liderança. Um dos exemplos é a abertura de espaço para que parlamentares identificados com determinados temas possam conduzir a posição da bancada durante votações de projetos relacionados.

    TRIBUTOS E REFORMAS

    Segundo Costa, a bancada deverá contribuir no debate sobre as polêmicas propostas defendidas pela presidente Dilma Rousseff para retomar o crescimento da economia no país, como a recriação da CPMF.

    "A CPMF é um tema que a bancada já absorve razoavelmente bem. Outras bancadas é que têm mais dificuldades. Eu, hoje diria que não temos votos para aprovar essa matéria. Mas vamos procurar construir. A pauta que temos, a agenda que temos, o PT pode trabalhar de forma unificada", disse.

    Sobre a reforma da Previdência, também proposta pelo governo, Costa afirmou que é possível que haja um consenso dentro da bancada para uma eventual aprovação. Os dois temas são espinhosos para os petistas por ir contra bandeiras históricas do partido.

    Como a Folha mostrou nesta terça (1º), o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que uma proposta neste sentido será enviada ao Congresso ainda no primeiro semestre do ano, com a unificação no longo prazo de todos os regimes previdenciários.

    A manutenção da liderança do PT deve dar um alívio ao Palácio do Planalto, que considerava preocupante a saída do senador. Isso porque uma troca no comando do principal partido da base do governo Dilma neste momento poderia acabar trazendo problemas em um momento em que ela precisa angariar mais apoio no Congresso.

    O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Costa, no fim do ano passado, que ele permanecesse no cargo por mais um período porque avalia que este não é o momento do senador sair do posto.

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