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    Lava Jato

    Cunha diz que não deixa comando da Câmara nem se virar réu no STF

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    03/02/2016 18h43

    Pedro Ladeira - 2.fev.2016/Folhapress
    Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se cumprimentam no plenário da Casa
    Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se cumprimentam no plenário da Casa

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar no fim da tarde desta quarta-feira (3) que vai continuar no cargo sob "qualquer circunstância".

    Questionado sobre a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, que afirmou nesta terça (2) a intenção de julgar primeiro a abertura de denúncia contra o peemedebista por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, antes de analisar o pedido de afastamento de Cunha da presidência da Casa.

    "Já fui réu quando era líder do PMDB. Me tornei réu sob a relatoria de Gilmar Mendes e fui absolvido na sequência. Tem vários que estão aqui que são réus. Eu espero que não possa ser aceita a denúncia, inclusive há uma discussão jurídica que vai ser posta lá. O fato de aceitar a denúncia não significa que eu sou condenado. Acredito que possa não ser aceita porque meus argumentos são muito fortes. Vou continuar em qualquer circunstância".

    Enquanto respondia a perguntas de jornalistas, Cunha voltou a ser alvo de uma manifestação de uma já conhecida adversária política, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que gritou "Fora Cunha", "devolve o dinheiro da Suíça" e "o nosso povo merece respeito". Cunha chegou a se atrapalhar no início do protesto da deputada, mas seguiu como se nada ocorresse.

    Seguranças tentaram retirá-la do Salão Verde, ao que ela contestou, afirmando ser parlamentar, e continuou com o protesto. "Se eu fosse me preocupar com uma manifestação solitária, não estaria exercendo a vida pública. É para isso. Ainda bem que são só solitárias", comentou Cunha.

    O peemedebista também falou sobre a convocação, pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), de uma reunião do colegiado nesta quarta. Para aliados de Cunha, há irregularidades na marcação da reunião, a começar por nem todos os membros terem sido avisados.

    Um deles, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), que é um dos mais empenhados defensores de Cunha na Casa, disse que até por volta das 17h não havia sido avisado de nenhuma reunião. Afirmou que a sessão teria todas as condições de ser anulada novamente.

    "O presidente do Conselho parece agir a meu favor e acaba me prejudicando. Basta ele obedecer ao Regimento. Na medida que ele age assim, age para que o processo seja livrado de imunidade, acabe sendo retornado, e ele possa permanecer na mídia e acaba como manobra minha. Se alguém não cumpre o regimento, deveria ser cobrado por não cumprir o regimento. Vou perder meus direitos regimentais, vou atropelar o meu processo legal para fazer valer aquilo que alguém acha melhor porque com isso você desobedece o regimento?", questionou o deputado.

    A reunião do Conselho de Ética desta quarta ainda está em suspenso. Araújo convocou o encontro para depois da sessão do plenário, que começou por volta das 18h. Cunha pretende votar três medidas provisórias polêmicas, o que não tem horário para terminar.

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