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    Lava Jato

    Defesa de Dirceu desqualifica declarações de delator do petrolão

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    04/02/2016 18h36

    Depois que José Dirceu foi citado novamente em depoimento pelo lobista Fernando Moura, a defesa do petista afirmou que não vê credibilidade no delator.

    A afirmação foi dada à Folha pelo advogado do petista, Roberto Podval nesta quinta-feira (4).

    Segundo Moura, Dirceu, que era ministro da Casa Civil no governo Lula, acertou a nomeação de Dimas Toledo à diretoria de Furnas para contemplar uma indicação do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Haveria, de acordo com o delator, um esquema de propina semelhante ao da Petrobras e Aécio, que fez a indicação, receberia um terço do dinheiro desviado.

    O depoimento foi dado nesta quarta (3) por Moura à Justiça. O PSDB e a defesa de Dimas Toledo negam as afirmações do delator.

    Moura também disse que o núcleo político de José Dirceu recebia propina no valor de 1% dos contratos fechados com a diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque. Outro 1% iria para o núcleo nacional do PT, aos cuidados de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, e outro 1% iria para Renato Duque e Pedro Barusco, gerente da diretoria de Serviços.

    A defesa de Dirceu argumentou que o próprio delator admite que não entregava o dinheiro.

    Podval, que estava presente do depoimento, conseguiu que o lobista explicasse que os valores do esquema eram recebidos de empreiteiras e que a distribuição era feita pelo lobista Milton Pascowitch.

    INDAS E VINDAS

    Após fechar acordo de delação em que citava Dirceu, Fernando Moura passou a isentar o ex-ministro em janeiro e correu risco de ver seu acordo de delação anulado.

    Ainda na semana passada, mudou de versão pela segunda vez e voltou a incriminar o petista.

    PSDB

    Em depoimento à Justiça nesta segunda-feira (1º), José Dirceu insinuou que a indicação de Renato Duque à diretoria de Serviços da Petrobras foi feita pelo PSDB. Ele também mencionou a indicação de Dimas Toledo a Furnas.

    Questionado pelo juiz federal Sergio Moro, Dirceu disse que não assumiu compromissos com ninguém sobre a indicação.

    "Simplesmente, a indicação do dr. Renato Duque decorreu porque setores do PSDB –não vou dizer que foi o senador e ex-governador Aécio Neves porque ele não conversou isso comigo, não pediu isso para mim– estou dizendo que a informação que me chegou é que havia uma indicação do PSDB, em Furnas, que, aliás, é pública e notória em Minas Gerais, no país, o Dimas Toledo, público e notório, não há nenhuma... Não digo que é oficial do PSDB, pra deixar bem claro, e a indicação do Renato Duque prevaleceu nesse sentido."

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