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    o impeachment

    Por reformas e CPMF, presidente vai negociar com PT e centrais sindicais

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    07/02/2016 02h00

    Pedro Ladeira-2.fev.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 02-02-2016, 15h00: A presidente Dilma Rousseff, ao lado do presidente da câmara dos deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do senado federal senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e do presidente do STF ministro Ricardo Lewandowski, participa da sessão solene de abertura dos trabalhos do legislativo, no plenário da câmara dos deputados. A presidente optou por trazer pessoalmente a mensagem ao congresso nacional. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    A presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos do Legislativo

    A presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a iniciar negociações logo depois do feriado do Carnaval para convencer o PT a mudar sua posição contrária à reforma da Previdência Social e à recriação da CPMF.

    Em sua avaliação, sem o apoio de seu partido, ficará impossível aprovar as medidas consideradas por ela essenciais para garantir a estabilidade econômica em curto e longo prazos.

    Em conversa com interlocutores, a presidente disse que, se o PT ficar contra elas, acabará "contaminando o resto da base" aliada, o que representaria um fracasso da pauta lançada pelo governo na reabertura dos trabalhos do Poder Legislativo neste ano.

    O Planalto foi avisado por partidos governistas, principalmente o PMDB, que não será possível abraçar a pauta sem o apoio oficial do PT a favor da aprovação tanto da recriação da CPMF como da reforma da Previdência.

    O mesmo recado tem sido dado, dentro do Congresso, pela oposição. Segundo líderes oposicionistas, eles até aceitam negociar e votar estes projetos, desde que, antes de qualquer negociação, o PT assuma posição favorável às medidas.

    MOVIMENTOS SOCIAIS

    Em outra frente, diante da insatisfação dos movimentos sindicais, a presidente Dilma Rousseff pretende fazer gestos mais enfáticos de reaproximação e reforçar o discurso de que a mudança não afetará direitos adquiridos.

    A preocupação é de que a tensão criada por causa da proposta enfraqueça a mobilização das centrais sindicais em defesa de seu mandato.

    Para reduzir a tensão, a petista deve comparecer com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) à reunião do Fórum sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Previdência, no dia 18 de fevereiro. A equipe da petista articula também encontros privados com dirigentes de centrais sindicais.

    Antes de convencer o PT e as entidades trabalhistas, porém, Dilma terá de unificar o discurso dentro de seu governo. Segundo assessores, ela até compreendeu, mas não gostou das declarações do ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) sobre a reforma previdenciária.

    Na terça (2), Rossetto disse que o governo não poderia tratar o tema com "pressa" e que o assunto teria de passar antes pelo fórum de trabalhadores e empresários.

    Segundo assessores, Dilma está decidida a enviar a proposta de reforma ainda neste semestre ao Congresso e fará isto mesmo que os trabalhadores não aceitem fechar uma proposta consensual com o governo.

    Encarregada pela presidente de fechar uma proposta, a equipe econômica quer fixar uma idade mínima de aposentadoria e unificar as regras de Previdência no país: homens e mulheres, setor público e privado e trabalhadores urbanos e rurais.

    A ideia da Fazenda é que a reforma seja implementada de forma "lenta e gradual", num período de 20 a 30 anos, com transição.

    Rossetto é visto dentro do governo como contrário à proposta que está sendo fechada pela Fazenda e não gostaria de enviar uma reforma em ano eleitoral.

    O ministro, segundo interlocutores, diz que vai apoiar a posição que for adotada pela presidente Dilma.

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