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    João Doria quer que vereador prove compra de votos na Justiça

    THAIS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    12/02/2016 02h00

    O empresário João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, vai entrar com duas ações contra o vereador Adolfo Quintas (PSDB), que o acusa de "cooptar" militantes do partido para sua campanha interna.

    Em 28 de fevereiro, a sigla vai escolher quem representará o PSDB na disputa com Fernando Haddad (PT) pela prefeitura.

    Doria, que tem apoio do governador Geraldo Alckmin, enfrentará o vereador Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli.

    Doria apresentará na Justiça uma interpelação criminal pedindo que Quintas prove as acusações de compra de votos em sua pré-campanha.

    No âmbito partidário, o empresário vai apresentar representação no Conselho de Ética cobrando do diretório municipal do PSDB "providências contra o vereador".

    Adolfo Quintas, aliado de Matarazzo, afirmou à coluna Painel desta quarta-feira (10) que Doria "cooptou" integrantes do partido por meio de ofertas de R$ 2.000 mensais e apontou Geraldo Malta, militante histórico do PSDB na zona leste da cidade, como o autor da proposta em nome do empresário.

    "Malta é um mercenário. Faz política assim", diz o vereador. Doria e Malta refutam as acusações.

    Quintas reafirmou, nesta quinta-feira (11), as acusações contra Doria. "Deixa ele fazer o que quiser. Estou há 25 anos no partido e nunca vi o Doria militar. Como ele explica tanta adesão?"

    GUERRA DE AÇÕES

    O presidente do Instituto Teotônio Vilela (fundação do PSDB), José Aníbal, decidiu também nesta quinta que ingressará com uma representação no Conselho de Ética do partido contra Malta, acusado por Quintas de ser o intermediário de Doria na suposta compra de militantes tucanos.

    "O partido não pode conviver com ações dessa natureza. É inaceitável, é a negação da política", afirmou Aníbal à Folha.

    Ao lado do deputado federal Bruno Covas, Aníbal apoia a pré-candidatura de Ricardo Tripoli.

    Andrea Matarazzo, por sua vez, é patrocinado por caciques como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra.

    "Essa discussão está totalmente fora da disputa política. Caberá ao Conselho de Ética arbitrar e decidir sobre sua expulsão ou não, já que no conselho ele [Geraldo Malta]vai ter a oportunidade de se defender", disse Aníbal.

    Procurado, Geraldo Malta afirmou "não entender" a posição de José Aníbal.

    "É inversão do ônus da prova. Fui acusado e injuriado e sou eu quem tenho que me explicar no Conselho de Ética do partido?", questionou.

    Nesta quarta (10), Malta disse que aliados de Matarazzo partiram para uma "apelação barata" por "medo de perder" a disputa interna.

    O presidente municipal do PSDB, vereador Mario Covas Neto, afirmou que o partido analisará as representações.

    "Acho estranho alguém reclamar de se contratar pessoas para ajudar em campanhas. Os funcionários que trabalham com os deputados ou vereadores não podem ajudá-los?", questionou o vereador.

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