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    o impeachment

    Procuradoria defende manter investigação sobre filha de Cunha

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    14/02/2016 02h00

    Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defende que Danielle Dytz da Cunha, filha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continue sendo investigada por suspeita de que contas secretas no exterior mantidas pela família do presidente da Câmara foram abastecidas com recursos desviados da Petrobras.

    A manifestação de Janot foi uma resposta ao recurso apresentado pela defesa de Danielle, que pedia exclusão da publicitária do inquérito.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Danielle Cunha, filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
    Danielle Cunha, filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

    Os advogados argumentam que ela não é investigada pelas autoridades da Suíça -que enviaram à Procuradoria no Brasil dados sobre as quatro contas que seriam ligadas à família de Cunha- e, portanto, não poderia ser incluída em inquérito no Supremo.

    A defesa afirma ainda que "o fato de figurar como dependente em determinado contrato de cartão de crédito, por força de atos unilaterais praticados por terceiros, obviamente não corresponde a nenhuma das figuras típicas objeto da investigação".

    A filha de Cunha aparece ligada a uma das quatro contas suspeitas de terem sido abastecidas com recursos desviados de contratos da Petrobras na África.

    O dinheiro teria custeado despesas pessoais. Um dos gastos foi com a universidade espanhola Esade, na qual Danielle fez MBA entre agosto de 2011 e março de 2013. Entre agosto de 2011 e 15 de fevereiro de 2012 saíram da conta US$ 119,79 mil para a instituição.

    A publicitária aparece como beneficiária da conta Kopek, no Banco Julius Bär, aberta em 2008 e pertencente à jornalista Cláudia Cruz, mulher de Cunha. Conforme o Ministério Público, a conta foi aberta com a finalidade de viabilizar pagamentos de cartão de crédito da família do peemedebista.

    Segundo a Folha apurou, Janot pede que o recurso apresentado pela defesa de Danielle seja rejeitado. A Procuradoria justifica que é preciso esclarecer se a filha de Cunha não teria influência sobre o controle da conta.

    Outra alegação da Procuradoria é que, pelas normas do Banco Central, brasileiros precisam declarar bens, direitos ou valores no exterior que sejam igual ou superior ao limite de US$ 100 mil.

    Os procuradores também negam que haja irregularidade no fato de ela não ter sido alvo da Suíça e figurar no inquérito do Supremo, uma vez que as autoridades do país europeu transferiram as investigações para o Brasil.

    SUSPEITAS

    Cunha, a mulher e a filha são investigados por corrupção e lavagem de dinheiro. Eles negam que as contas receberam dinheiro desviado da Petrobras.

    Em outro inquérito, o presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria sob suspeita de ter recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da estatal.

    O deputado também nega as acusações e sustenta que é perseguido por Janot.

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