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    o impeachment

    Por apoio do PMDB, Planalto autoriza ministro da Saúde a voltar à Câmara

    DÉBORA ÁLVARES
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    15/02/2016 19h10

    Evaristo Sa/AFP
    O ministro da Saúde, Marcelo Castro, deputado federal licenciado pelo PMDB-PI
    O ministro da Saúde, Marcelo Castro, deputado federal licenciado pelo PMDB-PI

    Em meio a um surto de microcefalia no país, o governo federal deu carta branca ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, para que ele saia temporariamente da pasta e reassuma o mandato de deputado federal para reforçar o apoio ao líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ) e tentar garantir sua reeleição.

    A saída do ministro ainda enfrenta resistências no Palácio do Planalto, preocupado com a repercussão diante da epidemia do vírus da zika, mas a presidente Dilma Rousseff decidiu deixar a decisão nas mãos do peemedebista, que tem manifestado a intenção de participar da disputa interna, marcada para quarta-feira (17).

    Na tentativa de garantir sua reeleição, Picciani pediu a Castro que assuma o mandato, uma vez que o suplente do ministro é do PDT –o deputado Flavio Nogueira– e, portanto, não participaria da eleição do partido.

    Além dele, o líder do partido articulou o retorno para a Câmara dos Deputados do secretário municipal Pedro Paulo Carvalho (Governo) e do secretário estadual Marco Antônio Cabral (Esporte), ambos do Rio de Janeiro.

    Perguntado nesta segunda-feira (15) se deixará o comando da pasta para participar da eleição interna, Castro não excluiu a possibilidade, mas disse não haver "nenhuma decisão" sobre o tema. "Não discutimos com ninguém em profundidade sobre o assunto", disse.

    À frente do Ministério de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera disse que não deixará a pasta. Ele é próximo de Eduardo Cunha, mas seu suplente, José Nalin (PMDB-RJ), é afinado ao atual líder da sigla. Segundo ele, contudo, esse movimento de ida e vinda do ministério pode ter uma grande repercussão política.

    ESTRATÉGIA

    Picciani é o candidato favorito do Palácio do Planalto para vencer a eleição interna e sua vitória é importante para o governo federal no esforço de evitar a abertura de um processo de impeachment contra a petista.

    Com a possibilidade de derrota do atual líder, no entanto, os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) se reuniram com Hugo Motta (PMDB-PB) no início do ano, na tentativa de garantir uma interlocução com ele, caso saia vitorioso.

    No aceno mais explícito nesses encontros, Motta se comprometeu a, caso eleito, não indicar para a comissão especial do impeachment apenas deputados favoráveis ao afastamento da presidente.

    A candidatura do deputado é vista como resultado da articulação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para impedir a recondução de Picciani ao cargo.

    Cunha tem trabalhado pessoalmente na eleição de Motta e faz questão de deixar vazar conversas em que ameaça o atual líder, Picciani, em caso de vitória, de não conseguir fazer as indicações que deseja para as comissões da Casa.

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