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    Aliados de Cunha adiam saída do PMDB para depois da convenção

    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    21/02/2016 02h00

    Os aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretendem abandonar o partido aproveitando a janela partidária só devem de fato sair do PMDB após garantir votos em Michel Temer na convenção da sigla, em 12 de março.

    Embora tenha evitado interferências na eleição da liderança do PMDB da Câmara, o vice-presidente, que comanda a sigla há 15 anos, pediu a Cunha que não deixe os aliados mudarem de legenda antes da data marcada.

    O Congresso promulgou na última quinta-feira (18) a chamada janela partidária, que permite aos deputados mudar de partido sem risco de perder o mandato. Ela vai até 19 de março, data que deve concentrar a maior movimentação do troca-troca, pelo menos no PMDB. Cada voto é importante para Temer.

    Cunha foi derrotado na semana passada na disputa pela liderança do PMDB na Câmara, o que elevou as especulações de que ele vá estimular a saída de aliados para partidos menores que transitam em sua órbita de influência.

    Deputados próximos a ele, porém, dizem que negociações para eventual composição com o grupo vencedor, de Leonardo Picciani (RJ), podem demovê-lo disso.

    Publicamente Cunha nega qualquer intenção de patrocinar uma debandada de deputados do PMDB para outras legendas.

    ELEIÇÃO

    Ainda em constantes negociações para se manter à frente do partido, Temer receia concorrer com o grupo do senador Renan Calheiros (AL). Os aliados do alagoano têm uma lista de exigências para apoiar Temer na recondução ao comando da sigla.

    A designação de Romero Jucá (RR) para a primeira vice-presidência do PMDB já estaria praticamente certa. Contudo, também está em jogo seu cargo no Senado, a primeira vice-presidência. Já existem senadores de olho na cadeira.

    Também há negociações em torno da presidência do Senado, que viria, em 2017, a ser assumida por Eunício Oliveira (CE). A Renan, que já conduziu a Casa por dois mandatos seguidos e ficaria impedido de reassumir o posto, caberia a liderança do partido no Senado.

    Outro ponto em questão é a Fundação Ulysses Guimarães, entidade responsável pela formação política da sigla e que também tem destaque na Executiva Nacional do partido.

    Hoje a fundação é ocupada pelo ex-ministro Moreira Franco, amigo de Temer, mas as negociações para garantir a recondução do vice podem colocar na fundação o senador Valdir Raupp (RO).

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