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    Lava Jato

    No Congresso, oposição compara João Santana a Duda Mendonça

    DE BRASÍLIA

    22/02/2016 15h04

    O mandado de prisão contra o publicitário João Santana na 23ª fase da Operação Lava Jato, intitulada "Acarajé", gerou reações imediatas e uma série de comparações da oposição no Congresso.

    Santana comandou a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Desde 2006, ele é personagem central da publicidade do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Fase 'Acarajé'
    Deflagrada na manhã desta segunda-feira (22), a 23ª fase da Operação Lava Jato tem como alvo o publicitário João Santana e a empreiteira Odebrecht

    Para o líder da oposição no Senado, senador José Agripino (DEM-RN), o pedido de prisão de João Santana evidencia uma prática que, segundo ele, se tornou recorrente nas campanhas eleitorais do PT.

    "O mais importante é registrar o estabelecimento de um hábito que se tornou usual. É uma sequência de marqueteiros, e isso vem desde o Duda Mendonça, que o PT paga da mesma forma, com depósitos no exterior", afirmou. Para ele, a Operação Lava Jato chega agora ao Palácio do Planalto. "Agora, é a campanha da presidente que está sob investigação".

    Duda Mendonça foi o responsável pela campanha que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez, em 2002. Na época do mensalão, ele admitiu que o PT o pagou em contas de fora do Brasil.

    O líder do DEM na Câmara segue a mesma linha de raciocínio de Agripino, lembra o processo do mensalão, mas acredita que, desta vez, as provas podem levar ao processo de cassação do mandato de Dilma no TSE. "Acredito que essa operação vem confirmar e trazer mais elementos para mostrar que foi usado dinheiro sujo na campanha do PT para reeleger Dilma Rousseff".

    É o que também diz o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR). "Está claro que o esquema de propina do petrolão abasteceu a campanha. Nem o guru da mentira do PT escapou da Lava Jato".

    O líder do PSDB na Casa, senador Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que o pedido de prisão de Santana comprova que houve prática de crime eleitoral com abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição de Dilma Rousseff.

    "Ninguém pede uma prisão sem ter elementos para justificá-la. Este episódio mostra que é necessário a realização de novas eleições. Somente assim a situação do país poderá melhorar", afirmou.

    As novas investigações da Operação Lava Jato serão incluídas no processo em trâmite no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pede a cassação de Dilma e do vice-presidente Michel Temer.

    O processo da oposição, puxado pelo PSDB, imputa nove condutas a Dilma e a Temer para justificar abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição em 2014.

    Entre elas estão o uso da máquina pelo governo, como participação indevida de ministros na campanha, envio de 4,8 milhões de folders pró-Dilma pelos Correios e dificuldades para distribuição de material de campanha de Aécio Neves em Minas Gerais.

    Outras irregularidades estariam relacionadas a propagandas da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, pronunciamentos presidenciais, utilização de programa social para distribuição de um fogão à lenha e doação de uma prótese dentária a uma eleitora que teria participado de propaganda eleitoral de Dilma, entre outros.

    Batalha no TSE

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