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    Lava Jato

    Rui Falcão diz que suspeita contra João Santana não tem nada a ver com o PT

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    22/02/2016 16h00

    Roberto Stuckert/Divulgação
    O marqueteiro João Santana faz reunião com Lula e Dilma durante campanha presidencial de 2010
    O marqueteiro João Santana faz reunião com Lula e Dilma durante campanha presidencial de 2010

    Em rápida manifestação nesta segunda-feira (22) sobre a 23ª fase da Operação Lava Jato, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a decretação da prisão do marqueteiro João Santana não tem relação com o partido, cuja finança é legal e declarada à Justiça, em suas palavras.

    Segundo o dirigente petista, cabe aos investigadores da Lava Jato provarem qualquer relação do caso com o partido.

    "De acordo com essas informações [publicadas pela imprensa nesta segunda], ele [Santana] vai prestar depoimento e vai explicar. Do ponto de vista do PT, as nossas declarações foram apresentadas à Justiça Eleitoral e todas as doações são legais. (...) [a prisão de Santana] Não diz nada com relação ao PT", disse Falcão.

    O publicitário teve sua prisão decretada na nova fase da Lava Jato.

    João Santana chefiou o marketing das três últimas campanhas presidenciais do PT, além de outras candidaturas do partido, como a de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo em 2012.

    Informado de que os investigadores da Lava Jato suspeitam de relação entre os pagamentos suspeitos (US$ 7,5 milhões entre 2012 e 2014 ) a Santana no exterior e serviços prestados pelo marqueteiro ao partido, Falcão afirmou que é preciso assegurar aos investigados o benefício da inocência até prova contrária.

    "Em tempos recentes, quem acusa não tem mais que provar. Continuo defendendo direitos fundamentais, de que quem acusa tem que provar."

    As declarações de Falcão foram dadas durante apresentação a jornalistas, em Brasília, do programa partidário do PT, que será veiculada na TV em rede nacional nesta terça-feira (23), das 20h30 às 20h40.

    FASE 'ACARAJÉ'

    A fase "Acarajé" é a etapa da Operação Lava Jato que pode ter maior repercussão para mandato de Dilma Rousseff, já que são investigados repasses da empreiteira Odebrecht para Santana no exterior. Há no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) processo a respeito de eventuais recebimentos de recursos ilícitos pela campanha da petista provenientes de empresas investigadas na Lava Jato.

    A 23ª fase da Lava Jato mobilizou cerca de 300 policiais federais. Na manhã desta segunda, eram cumpridos 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.

    Os mandados são cumpridos nos Estados da Bahia (Salvador e Camaçari), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba) e São Paulo (São Paulo, Campinas e Poá).

    A Odebrecht confirmou que seus escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são alvo de busca e apreensão da Polícia Federal.

    O delegado Eduardo Mauat, que conduz as buscas na sede da Odebrecht em São Paulo, disse que esta nesta fase levarão mais material do que na 14ª fase, que prendeu Marcelo Odebrecht em junho.

    Ele também afirmou que trouxeram computadores apreendidos em junho com arquivos criptografados para que eles fossem desbloqueados por profissionais da empresa. No sede da Odebrecht em São Paulo há 12 profissionais da PF, sendo dois peritos especialistas na área digital.

    Na madrugada desta segunda (22), 16 equipes de policiais deixaram a sede da polícia federal, na lapa, em São Paulo, para cumprir mandados de busca e apreensão no Estado.

    Todos os funcionários da Odebrecht foram dispensados. A polícia federal está no prédio desde as 6h da manhã. Comunicado da empresa informou que está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento.

    A construtora Odebrecht é uma das investigadas na operação e seus executivos foram acusados de pagar R$ 138 milhões em propina para ser contratada em oito obras da Petrobras.

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