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    Lava Jato

    Santana dirá que 'nenhum centavo' recebido fora foi de campanha no país

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    22/02/2016 20h34

    Para se defender das suspeitas de que recebeu dinheiro ilegalmente fora do Brasil, o marqueteiro João Santana vai dizer que "nenhum centavo" recebido em suas contas no exterior provêm de campanhas brasileiras.

    Segundo a Folha apurou, a linha de defesa do publicitário baiano argumentará que "todos os recursos em contas do exterior provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em países estrangeiros".

    Responsável pela campanha à reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, Santana tenta eximir a presidente de qualquer irregularidade e tentará justificar os pagamentos recebidos por campanha em outros países.

    Santana e sua mulher, Mônica Moura, estavam na República Dominicana trabalhando na campanha à reeleição do presidente Danilo Medina nesta segunda-feira (22), quando tiveram a prisão temporária decretada. Os dois devem chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (23) para se apresentarem, em seguida, às autoridades em Curitiba.

    A 23ª fase da Operação Lava Jato apura transferências de US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões em valores desta segunda) de investigados para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro.

    Deste montante, US$ 3 milhões foram pagos por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que são atribuídas pelos investigadores à Odebrecht. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT".

    CARTA

    Ainda nesta segunda, Santana escreveu uma carta endereçada ao partido de Medina e disse que as acusações contra eles são "infundadas" e que o Brasil vive "um clima de perseguição".

    "Me dirijo a vocês, porque, como ficaram sabendo também pelos meios de comunicação, acordei esta manhâ com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil", inicia o marqueteiro. "Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia no meu país, não posso dizer que me pegou completamente de surpresa, mas ainda sim é difícil acreditar", completa.

    Santana diz que sua volta ao Brasil vai lhe permitir se defender e que se colocou à disposição das autoridades brasileiras desde a semana passada "para esclarecer qualquer especulação".

    "Facilitarei todas as informações necessárias para imprimir a verdade dos fatos, além de qualquer dúvida", diz o marqueteiro no texto.

    A trajetória de João Santana

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