• Poder

    Sunday, 28-Apr-2024 19:33:52 -03

    Lava Jato

    Presidente do Peru manifesta 'rechaço' sobre relatório da Lava Jato

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    23/02/2016 12h28

    Ricardo Maldonado Rozo/Efe
    BOG12. CARTAGENA (COLOMBIA), 11/02/2014.- El presidente de Perú, Ollanta Humala, ofrece una rueda de prensa con su homólogo colombiano, Juan Manuel Santos (fuera de cuadro), hoy, martes 11 de febrero de 2014, en Cartagena (Colombia). Humala se encuentra en una visita oficial. EFE/Ricardo Maldonado Rozo ORG XMIT: BOG12
    Presidente do Peru, Ollanta Humala

    O presidente do Peru, Ollanta Humala, convocou ao Palácio do Governo na noite desta segunda-feira (22) o embaixador do Brasil em Lima, Marcos Raposo Lopes, para "expressar seu rechaço" e solicitar informação oficial sobre as investigações da Polícia Federal na Operação Acarajé, a 23ª fase da Operação Lava Jato.

    Da reunião, segundo nota distribuída pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru, também participaram o presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez.

    Os investigadores da Operação Acarajé apreenderam uma planilha em poder de uma pessoa "com vínculo empregatício" com a construtora Odebrecht na qual são citados alguns "usos" de recursos da empreiteira, dentre os quais um certo "Projeto OH", que segundo a PF pode ser uma referência ao presidente Ollanta Humala. A citação aparece ao lado da cifra de R$ 4,8 milhões.

    "A se confirmar esta hipótese investigativa, o então dirigente máximo do Peru teria sido beneficiado pelo Grupo Odebrecht e isto, de alguma forma, estaria atrelado aos investimentos feitos pelo governo federal naquele país", diz relatório da PF subscrito pelo delegado da PF Filipe Pace.

    Outro dado relativo a Humala, segundo a PF, foi encontrado no telefone celular do dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, "quando este relaciona aquele [Humala] de forma oposta ao termo 'humildade', consta ainda nesta anotação a questão de dinheiro para Angola e Peru".

    A Odebrecht atua em diversas obras no Peru, incluindo a construção da usina hidrelétrica de Chaglla, corredores viários e um projeto de irrigação. Entre 1998 e 2014, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou cerca de R$ 1 bilhão para obras no Peru realizadas pela Odebrecht, conforme dados liberados pelo banco no primeiro semestre de 2015.

    Eis a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru: "Face às informações supostamente provenientes da Polícia Federal do Brasil, surgidas à noite em um órgão de comunicação daquele país, e reproduzidas por alguns meios locais no Peru, o embaixador do Brasil, o senhor Marcos Raposo Lopes, foi convocado ao Palácio do Governo pelo senhor presidente da República, Ollanta Humala Tasso, com a presença do presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, e a ministra das Relações Exteriores, Ana María Sánchez, para expressar seu rechaço ante tais afirmações e solicitar informação oficial sobre o assunto".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024