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    o impeachment

    PMDB volta a considerar impeachment após prisão de Santana

    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    26/02/2016 02h00

    A prisão do marqueteiro João Santana reacendeu, dentro do PMDB, discussões sobre a viabilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A avaliação é que, com o avanço das investigações sobre pagamentos feitos ao marqueteiro por pessoas vinculadas ao petrolão, "a Lava Jato subiu a rampa do Planalto" e o governo perdeu o controle do processo.

    Em encontros reservados, peemedebistas de todos os matizes avaliaram que os desdobramentos da investigação fortaleceram as ações contra a chapa da petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

    O vice Michel Temer (PMDB) recebeu sinais de que, com as informações que existem hoje, há espaço para a cassação. Uma decisão desfavorável no TSE cassaria toda a chapa eleita em 2014.

    Esse fator, associado à sensação de que o governo não pode mais proteger a campanha de Dilma das suspeitas de irregularidades, reativou a ala do PMDB entusiasta do impeachment e levou nomes do partido que ainda são vistos como fiadores do governo a refazer cálculos.

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, ouviu avaliações que apontam o impeachment como uma saída menos traumática e com maior nível de controle político sobre o desfecho do processo.

    Segundo esses interlocutores, ficar inerte aos avanços das investigações deixaria Congresso e Planalto reféns de movimentos capitaneados exclusivamente pelo Judiciário.

    Um sintoma da preocupação do PMDB ficou evidente nesta quinta (25). A assessoria jurídica da sigla foi acionada para produzir pareceres sobre diversos cenários.

    A direção do partido quer saber como seria o "dia seguinte" no caso de haver o impeachment, mas a ação no TSE continuar tramitando; ou quem poderia concorrer a uma nova eleição, caso o TSE decida cassar a chapa de Dilma, por exemplo.

    Temer se movimentou mais nesta semana, quando o PMDB divulgou programa de TV com críticas à condução do governo Dilma. Mas a orientação de pessoas próximas ao vice é que ele evite movimentos incisivos, para não dar a Dilma um antagonista político em meio a um cenário de inquietação.

    Os conselhos estão baseados na experiencia anterior, quando o vice se lançou em agendas públicas ao mesmo tempo em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o primeiro pedido de impeachment.

    Aliados da petista acusaram Temer de conspirar enquanto Cunha foi tratado como um personagem movido por vingança, o que contaminava todas as discussões.

    Agora, recomendam cautela. Afirmam que, ao assumir o protagonismo das ações contra Santana, o juiz Sergio Moro pode ter se colocado como símbolo do combate à permanência de Dilma no cargo.

    Além disso, Temer se desgastou com a divulgação da carta na qual se queixava do tratamento dispensado por Dilma, no fim de 2015.

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