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    Lava Jato

    Filho de Cerveró pediu ajuda a Delcídio

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    28/02/2016 02h00

    Após a prisão do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em janeiro do ano passado sob suspeita de corrupção na Operação Lava Jato, seu filho Bernardo enviou um e-mail ao senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pedindo ajuda.

    A informação consta de trecho inédito do depoimento de Bernardo à PGR (Procuradoria Geral da República) no fim do ano passado. Delcídio e Cerveró são próximos desde que trabalharam juntos na Petrobras, entre 2000 e 2002.

    Em novembro, Delcídio foi preso após uma gravação feita em segredo por Bernardo, na qual o senador discutia um auxílio financeiro para Cerveró não citá-lo em sua delação premiada. Ele foi acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

    Delcídio foi solto no último dia 19, depois que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki entendeu que não oferecia mais risco às investigações.

    Em seu depoimento, Bernardo indica que a procura por Delcídio tinha relação com os habeas corpus impetrados pelo advogado Edson Ribeiro para obter a soltura de Cerveró. "Logo na sequência da prisão, Edson Ribeiro passa a dar a Cerveró e sua família muitas esperanças de que ele logo seria libertado", contou Bernardo.

    E completou: "Daí deriva o primeiro contato do depoente com o senador Delcídio do Amaral, havendo o depoente enviado um e-mail para o congressista em que se identifica como sendo o filho de Nestor Cerveró e pedia que o congressista entrasse em contato com Edson Ribeiro".

    Posteriormente, no diálogo gravado por Bernardo, Delcídio sugeriu que iria atuar junto a ministros do Supremo em prol da concessão do habeas corpus a Cerveró –e chega, inclusive, a citar uma possível rota de fuga.

    Além de Delcídio, foram presos em novembro o advogado Edson Ribeiro, o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, e o ex-presidente do BTG Pactual André Esteves, sob suspeita de estarem envolvidos na trama.

    Os advogados de Delcídio e Ribeiro argumentam que o e-mail mostra que Bernardo foi quem buscou influência para conseguir decisões favoráveis ao pai e agiu como "agente provocador". A defesa de Bernardo não comentou.

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