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    Rio de Janeiro

    Inquérito sobre caso Pedro Paulo não teve falhas, diz Corregedoria

    ITALO NOGUEIRA
    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    29/02/2016 02h00

    Alexandre Cassiano/Agência O Globo
    Pedro Paulo, secretário da Prefeitura do Rio, ao lado da ex-mulher, Alexandra
    Pedro Paulo, secretário da Prefeitura do Rio, ao lado da ex-mulher, Alexandra

    A Corregedoria da Polícia Civil do Rio concluiu que o inquérito sobre as agressões do secretário-executivo de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB), contra sua ex-mulher correu "em conformidade com a orientação vigente", apesar de ter ficado parado por quatro anos.

    A delegada Adriana Mendes não verificou falhas disciplinares na condução do caso que envolve o pré-candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB) à sua sucessão.

    "Foi apurado que as investigações ocorreram em conformidade com a orientação vigente, não sendo verificada qualquer transgressão disciplinar por parte dos policiais da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher [Deam] de Jacarepaguá."

    O inquérito sobre as agressões à turismóloga Alexandra Marcondes estava parado desde agosto de 2011, quando duas investigações sobre o mesmo tema foram anexadas. O caso só foi retomado em outubro de 2015, após a revista "Veja" revelar o episódio.

    Em 6 de fevereiro de 2010, Marcondes prestou queixa na Deam. Afirmou que acabara de ser vítima de socos e chutes do então marido, à época secretário municipal, após identificar indícios de traição. Um laudo identificou que um dente seu fora quebrado.

    A babá da filha do casal, Ana Paula Bernades, afirmou em depoimento ter presenciado a cena e confirmou a versão da patroa.

    A delegada Silvana Braga instaurou inquérito no dia 11 de fevereiro. Em outubro, o inspetor Edson Hirabae afirmou que não conseguiu localizar o autor do fato. Neste mês, Pedro Paulo era deputado estadual e candidato a deputado federal, tendo ocupado a Secretaria da Casa Civil do Rio até março.

    O secretário também registrara ocorrência uma hora depois de sua mulher na 16ª DP, onde disse ter sido vítima de agressões dela por ciúmes. Um exame de corpo de delito apontou escoriações.

    Apesar de o boletim de ocorrência de Pedro Paulo ter sido registrado no dia 7 de fevereiro, o inquérito só foi instaurado no dia 19 de agosto. Nesta data, Marcondes foi intimada a depor como suspeita de ser autora das agressões. Em novo depoimento, detalhou a briga e como encontrou indícios da traição.

    A delegada-adjunta da 16ª DP à época, Marise Furtado, encaminhou em julho o inquérito para a Corregedoria Interna da Polícia Civil ao tomar conhecimento do inquérito da outra unidade. Em agosto, o procedimento foi para a Deam.

    A partir daí, o inquérito transitou entre a Polícia Civil e o Ministério Público por 26 vezes sem qualquer nova diligência. O relatório final foi lavrado em outubro, dias antes da publicação da "Veja".

    Pedro Paulo não foi, até hoje, interrogado pela polícia ou pelo Ministério Público como suposto autor das agressões. À Procuradoria-Geral da República, atual responsável pelo inquérito, ele se manifestou por meio do advogado. Os delegados envolvidos não foram localizados para comentar o caso.

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