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    Me preocupa Alckmin achar normal compra de votos, diz Matarazzo

    THAIS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    01/03/2016 12h03

    Gabo Morales/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 09-01-2016: Andrea Matarazzo, pleiteante a candidatura para prefeito de Sao Pelo pelo PSDB, durante passagem pelo bairro de Sao Miguel, onde almocou e tirou fotos com seu celular, na zona leste de Sao Paulo, em 9 de Janeiro de 2016. (Foto: Gabo Morales/Folhapress, REVISTA) *** EXCLUSIVO REVISTA: NAO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO ***
    Andrea Matarazzo está na disputa para ser o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo

    No dia seguinte à realização do primeiro turno da eleição do PSDB que definirá o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, marcada por brigas e trocas de acusações, o governador Geraldo Alckmin minimizou as confusões e polêmicas e reagiu em defesa do empresário João Doria, que disputará o segundo turno da eleição interna com o vereador Andrea Matarazzo.

    Alckmin classificou como "absurdamente ridícula" a tentativa de impugnação da pré-candidatura de seu afilhado.

    As declarações intensificaram o clima de guerra que se instalou no partido. "Fico preocupado com ele [Alckmin] achar normal compra de votos. Não considero isso nada ridículo", afirmou Matarazzo à Folha.

    Segundo o vereador, que conta com o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos senadores José Serra e Aloysio Nunes, "com abuso do poder econômico", o PSDB "ressuscitou a política velha que já tinha sido varrida de São Paulo" e dá espaço para "a antítese do que o partido tem pleiteado em Brasília em relação à presidente Dilma".

    Poder - O governador Geraldo Alckmin disse considerar "ridícula" a impugnação da pré-candidatura do João Doria.
    Andrea Matarazzo - Fiquei preocupado com a declaração do governador. Se ele acha que é normal compra de voto, é mais preocupante ainda. Não considero nada ridículas as denúncias de compras de votos que foram alardeadas pela imprensa, com gravações e tudo. Fico preocupadíssimo de ele achar. Prévias não são e não podem ser assim.

    O governador também afirmou que o partido não está acostumado com o processo de prévias, dizendo que as decisões são tomadas 'em restaurante, com mesa de vinho importado'.
    Se ele está acostumado com isso, não sei. Nós certamente não estamos, até porque eu não bebo.

    Qual é a sua avaliação do processo e do resultado?
    Tenho que agradecer nossa militância toda pela quantidade de votos, sem dúvida nenhuma, considerando-se a grande pressão que sofreram de todos os lados. Também tenho que agradecer muito ao Fernando Henrique Cardoso, ao Serra e ao Aloysio, além dos vereadores e deputados, afinal foram eles que nos fizeram chegar até aqui.

    Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de me indignar com o que foi feito neste pleito das prévias. É a antítese do que o PSDB tem pleiteado em Brasília em relação à presidente Dilma Rousseff por abuso de poder econômico.

    Teve de tudo. Abuso de poder econômico, ameaça a eleitores, propaganda irregular, quebradeira de diretórios, tinha fiscal contratado que não era filiado [ao PSDB], transporte de pessoal, além das compras de votos que foram cantadas em verso e prosa durante a semana toda nos jornais. Esse é o lado da indignação. Não é dessa disputa que eu estava participando e não é com esse tipo de disputa que o PSDB está acostumado.

    Durante todo o domingo ficou claro que a disputa interna por 2018 também está posta.
    Não tem cabimento o pessoal dessa candidatura [do João Doria] ficar se fixando na eleição de 2018, que é para presidente da República. Temos que nos preocupar com a nossa cidade, que está abandonada. Temos que eleger um prefeito que saiba gerenciar a cidade e que, efetivamente, esteja interessado na cidade e não em 2018.

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