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    o impeachment

    Antes de sair votação no STF, Cunha disse não ver razão para afastamento

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    02/03/2016 18h59

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante reunião de líderes partidários nesta terça (1º)
    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante reunião de líderes partidários nesta terça (1º)

    Antes da maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) votar a favor da abertura de uma ação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no âmbito da Lava Jato, o deputado afirmou que não existe razão para seu afastamento do comando da Casa.

    Os ministros deram início na tarde desta quarta (2) ao julgamento de Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro, acatando a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República.

    O julgamento foi suspenso e deve ser retomado nesta quinta (3). Ainda pode haver uma interrupção caso algum dos ministros peça vista. Se não, deve se confirmar a abertura da ação penal.

    Sem ainda saber do resultado, mas ciente de que a expectativa era de que os ministros acatassem a denúncia, Cunha destacou o fato de que o relator do caso, ministro Teori Zavascki, acolheu apenas parte da denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot.

    "No início do voto do relator [Teori] ele já afastou mais da metade das acusações que foram feitas pelo Ministério Público. É uma coisa óbvia: eu não podia participar de um ato de corrupção num período durante o qual nem conhecia as pessoas. Já afastou grande parte das acusações de pronto. Com o tempo a verdade acaba surgindo", afirmou.

    Como tem feito questão de destacar nos últimos dias, Cunha voltou a ressaltar já ter sido considerado réu pelo Supremo e absolvido em seguida. "Efetivamente, tudo que está lá não tem a mínima condição de ser provado".

    Questionado se teme perder apoio de partidos que sempre o apoiaram, mas que ameaçam deixá-lo de lado com o status de "réu", reagiu afirmando não ter sido eleito nem por "oposição, tampouco pelo PT".

    Embora PPS, DEM e PSDB afirmem que aguardavam somente um posicionamento do STF nesse sentido para decidir a respeito da permanência de Cunha na Presidência da Casa, apenas o PSOL, ao tomar conhecimento do resultado do primeiro dia do julgamento, tomou a tribuna e pediu com veemência o afastamento do peemedebista.

    "Parece que muitos aqui, de maneira esquizofrênica, estão querendo desconsiderar [o julgamento]", afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

    Em sua sustentação, o advogado de Cunha, Antônio Fernando de Souza, afirmou que não existem documentos que comprovem o pagamento de propina ao deputado.

    Antônio Fernando, que já foi procurador-geral da República, também disse que não há evidências de que o deputado tenha participado do acerto de propina no contrato de navios-sonda da Petrobras entre 2006 e 2007.

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