-
-
Poder
Tuesday, 21-May-2024 17:09:07 -03Eduardo Cunha usa delação de Delcídio para atacar PT
DÉBORA ÁLVARES
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA03/03/2016 14h29
Ao comentar a delação premiada feita pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atacou nesta quinta-feira (3) o PT e os discursos dos deputados do partido em defesa do petista.
"Delação premiada nos olhos dos outros é pimenta; nos olhos deles é refresco", afirmou o peemedebista em referência ao ditado popular "Pimenta nos olhos dos outros é refresco".
Delação de Delcídio Senador cita Dilma e Lula em acordo Dilma convoca reunião de emergência Cardozo: Delcídio 'não tem credibilidade' STJ nega articulação para libertar réus Oposição pede renúncia de Dilma Rousseff 'Ele vai fazer delação?', desconversa Janot De forma irônica, Cunha afirmou que "gostaria de assistir aos discursos do PT hoje após a delação" de Delcídio. "Ontem um discurso usando o argumento que usa hoje de defesa como ataque a mim. O PT não é coerente. Para atacar os outros, aquilo que ele tenta usar para se defender, não vale. Engraçado assistir isso. Fico numa posição privilegiada ali em cima assistindo isso e acho graça dessa posição do PT".
Nesta quinta, deputados da oposição e da base do governo da presidente Dilma Rousseff tomaram a tribuna do plenário da Câmara para comentar a notícia da delação de Delcídio, que compromete o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma.
As informações foram veiculadas na manhã desta quinta pelo site da revista "Istoé", que publicou trechos do acordo de delação de Delcídio. Em resposta, petistas e lideranças governistas desqualificavam os discursos e afirmavam a necessidade de confirmar a notícia da revista.
Pessoas próximas as investigações da Lava Jato confirmaram à Folha a informação de que Delcídio fechou acordo com a Procuradoria-Geral da República para fazer delação premiada. Nos chamados anexos, o senador teria se comprometido a citar Dilma e Lula.
Enquanto a oposição pediu a renúncia da petista e atacou a gestão do PT, os deputados do partido e demais aliados do governo saíram em defesa do Palácio do Planalto, de Dilma e de Lula, colocaram em xeque as informações da revista e chegaram a criticar a publicação.
JULGAMENTO
Aproveitando as críticas ao PT, Cunha voltou a dizer que não se constrange com os discursos contrários a si da noite desta quarta (2) após o STF (Supremo Tribunal Federal) firmar maioria por acatar a denúncia contra ele oferecida pela Procuradoria-Geral da República e torná-lo réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
"É do jogo político. Cada um tem o direito de se posicionar democraticamente como queira. A minha posição não altera um milímetro em função disso".
Na noite desta quarta, cinco partidos –PSDB, PPS, PSOL, Rede e PT– pediram a saída de Cunha do cargo de comando da Câmara dos Deputados. Líderes de diversos partidos articulam a obstrução das sessões extraordinárias da Casa comumente convocadas pelo peemedebista para votações. A ideia é votar matérias somente nas sessões ordinárias, quando normalmente há discursos.
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -