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    Lava Jato

    Grupos pró e anti-PT se mobilizam e anunciam atos para esta sexta

    CATIA SEABRA
    PAULA REVERBEL
    THAIS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    04/03/2016 10h10

    A CUT (Central Única dos Trabalhadores), movimentos sociais e grupos pró-impeachment organizam atos para a tarde desta sexta-feira (4), motivados pela condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    O petista prestou cerca de três horas de depoimento à Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (4), no aeroporto de Congonhas.

    Coordenador dos Movimentos Populares, Raimundo Bonfim avisa que haverá reação: "No início da tarde faremos uma reunião de emergência da Frente Brasil Popular. Vamos organizar a resistência".

    De acordo com a CUT, "é o golpe que vem sendo construído pela direita há meses, sendo colocado em prática com a parceria dos grandes meios de comunicação do país, de parte da PF, do Ministério Público e da oposição ao projeto de governo democrático e popular que Lula implantou no Brasil em 2003".

    "A invasão à casa do Lula é inadmissível. Quando isso acontece, é pegar pau e pedra para enfrentar", disse Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, líder do setorial nacional de moradia do PT.

    Para ele, o juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato em Curitiba, está agindo com "abuso de poder". "O cidadão Moro não está avaliando a loucura que ele está fazendo?" Gegê afirmou ainda que o Brasil está "vivendo uma democracia branca, de olhos verdes, uma democracia que tem lado".

    Houve confusão mais cedo em São Bernardo (SP), onde manifestantes favoráveis e contrários a Lula se aglomeraram após a notícia da ação da PF. Houve confronto físico e policiais da tropa de choque intervieram para apartar os grupos (veja vídeo acima). Pessoas pró e anti PT também foram ao aeroporto de Congonhas.

    APOIO À LAVA JATO

    O MBL (Movimento Brasil Livre) fará ato às 19h desta sexta em frente ao MASP em defesa da Operação Lava Jato.

    "Queremos deixar claro que a população brasileira quer o cumprimento da lei", afirmou Renan Santos, um dos líderes do grupo.

    Os protestos emergenciais não interfeririam nos planos da grande manifestação pró-impeachment e antipetista marcada para o dia 13 de março, que o MBL e o Vem Pra Rua divulgam junto a outros grupos.

    Os dois movimentos foram os principais organizadores de atos a favor do impeachment que levaram milhares de pessoas às ruas no ano passado.

    Sobre a operação desta sexta, Renan afirmou que trata-se de uma demonstração de que as instituições ainda estão funcionando.

    "A Polícia Federal poupou os grandes investimentos que iríamos fazer de divulgação", disse.

    "Podemos esperar um dia 13 maior que o dia 15 de março do ano passado", acrescentou, em alusão ao maior protesto que o MBL ajudou a convocar. Na ocasião, 210 mil pessoas foram à avenida Paulista.

    Veja o vídeo

    APOIO A LULA

    Já um ato em defesa do ex-presidente Lula foi marcado para as 18h, na Quadra dos Bancários, centro de São Paulo.

    Batizada de Aletheia, a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta, apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações.

    A PF cumpriu mandados de busca e apreensão e condução coercitiva que atingem o ex-presidente Lula e seus familiares.

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